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Incorporadora China Properties dá calote de US$ 226 milhões em bonds

Empresa informou à Bolsa de Hong Kong que deixou de pagar o valor de uma emissão de notas seniores com prazo de três anos

Guindaste parado com o pôr do sol ao fundo, alusivo ao calote da incorporadora China Properties

Segundo a China Properties, o calote ocorreu por uma crise de liquidez provocada por uma “incompatibilidade de tempo” | Foto: Getty Images

A incorporadora imobiliária China Properties Group informou nesta sexta-feira, 15, em comunicado à Bolsa de Hong Kong, que deu um calote no pagamento de bonds (títulos de dívida) que venciam hoje.

Assim, a empresa deixou de pagar US$ 226 milhões (R$ 1,2 bilhão) de uma emissão de notas seniores a investidores.

A emissão, realizada em 11 e 15 de outubro pela Cheergain Group, uma subsidiária da China Properties, tinha prazo de três anos e taxa de 15%.

“Nenhum pagamento foi feito pela emissora na data de vencimento, o que constitui um evento de inadimplência nos termos da Escritura que constitui as Notas 2021”, diz a empresa no comunicado.

Segundo a China Properties, o calote ocorreu por uma crise de liquidez provocada por uma “incompatibilidade de tempo”.

Ou seja, a companhia não é capaz de financiar o valor pendente a credores enquanto não concluir a venda ou refinanciamento de alguns de seus ativos.

A incorporadora disse que seguirá “considerando, explorando e trabalhando” por soluções para quitar seus débitos com credores.

Entre as possibilidades analisadas, segundo a companhia, está o refinanciamento ou venda de algumas propriedades imobiliárias localizadas em Xangai e Chongqing, na China.

Por requisição da empresa, as negociações de sua ação na Bolsa de Hong Kong, suspensas em 1º de abril deste ano, seguirão da mesma forma.

Possível calote da Evergrande causa temores na China

Sob temores de investidores, o mercado imobiliário chinês viu outro de seus maiores atores tomar as manchetes ao redor do mundo no último mês.

Incorporadora mais endividada do mundo, a Evergrande deixou de pagar recentemente juros de alguns títulos de dívida em dólares (entenda a crise).

Isso fez com que o mercado financeiro mundial passasse por dias turbulentos nas últimas semanas.

Há dúvidas quanto a uma possível quebra da companhia, sem a atuação direta do governo chinês.

Caso isso ocorra, mercados de todo o mundo seriam impactados, principalmente o brasileiro, afetando gigantes como a Vale (VALE3).

Tanto o caso da China Properties quanto da Evergrande apontam para uma possível desaceleração do crescimento do mercado imobiliário – e da economia – da China. (Com AE)

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