82% das indústrias planejam retomar investimentos
Pesquisa da CNI mostra que a ampla maioria das fábricas deve voltar a investir no país em 2021, após crise provocada pela covid-19
23/02/2021
Em 2020, apenas 69% das grandes fábricas do setor realizaram algum investimento, o menor porcentual desde 2016 | Foto: Getty Images
Depois de segurarem os investimentos em 2020 em meio às incertezas da pandemia de covid-19, as fábricas brasileiras planejam retomar seus planos em 2021, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com a CNI, 82% das grandes fábricas pretendem retomar os investimentos no país.
Um terço das empresas, aliás, planeja aumentar a capacidade de produção neste ano.
Para 61% das fábricas, os investimentos são voltados apenas ou principalmente para o atendimento do mercado doméstico.
No ano passado, apenas 69% das grandes fábricas do setor realizaram algum investimento, o menor porcentual desde 2016, quando apenas 67% das maiores fábricas modernizaram ou expandiram suas linhas.
Em 2019, 74% das maiores fábricas haviam investido nos seus parques de produção.
Além disso, dentre as indústrias que possuíam planos de investimentos para 2020, 53% adiaram ou cancelaram parte dos projetos.
Em 2019, o porcentual de companhias com planos de investimentos frustrados havia sido de 36%.
“A reavaliação da demanda e a alta inesperada dos custos de investir foram apontados como a principal razão para a frustração dos planos de investimento. Ambos são influenciados diretamente pela pandemia de covid-19, que restringiu a demanda por produtos industriais, trouxe oscilação para o câmbio e pressionou custos”, destaca a CNI.
Fábricas utilizam mais os próprios recursos
A pesquisa mostra que, desde 2015, as empresas têm dependido mais de recursos próprios para tocarem seus investimentos.
Em 2020, o porcentual de uso do caixa para investir ficou em 72%, mesmo patamar de 2019.
Para a entidade, o resultado mostra a falta de alternativas viáveis de recursos de terceiros para investir.
A participação dos bancos privados como fonte de crédito para investimentos da indústria ficou em 13% em 2020.
Já os bancos de fomento – como o BNDES – financiaram apenas 7% do montante investido pelo setor.
Outros bancos públicos, parcerias e fontes externas de crédito ficaram com a fatia de 8% restantes. (AE)