Microsoft vê revolução no setor bancário com avanço da inteligência artificial
Na J. Safra Brazil Conference, Tania Cosentino, gerente geral da Microsoft Brasil, prevê enriquecimento cada vez mais forte dos algoritmos
25/09/2024Proteção e agilidade serão os dois maiores pilares na evolução da inteligência artificial do setor bancário nos próximos anos. A afirmação é de Tania Cosentino, CEO da Microsoft no Brasil, durante a J. Safra Brazil Conference. “Podemos revolucionar a forma de relacionamento entre bancos e clientes”, disse a executiva. Para ela, o Open Finance e o Pix foram dois passos importantes no avanço do setor bancário.
A Microsoft anunciou recentemente que vai investir mais US$ 10 bilhões ao longo de vários anos na OpenAI, o laboratório pioneiro de pesquisa em inteligência artificial por trás do ChatGPT e DALL-E.
“Nós percebemos que a OpenAI tinha um algoritmo extremamente poderoso e decidimos juntar forças, numa parceria que começou em 2019. Desta forma, nós conseguimos democratizar a IA, que deixou a sala de TI e foi diretamente para as empresas atender soluções.”
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Tania reforçou que o mercado seguirá observando o enriquecimento cada vez mais forte do uso de algoritmos – prova disso é o lançamento do GPT-4.0, lançado há três meses.
“É importante dizer que a inteligência artificial não é algo tão novo para a Microsoft. A gente investe em diferentes modelos há décadas. Ferramentas de IA podem proporcionar um aumento de 30%, em média, na produtividade das empresas”, destacou a executiva.
Tania citou um exemplo que mostra como a IA evoluiu rapidamente: “Atualmente bastam apenas três segundos de captação da sua voz para a criação de um avatar com a mesmíssima voz”, disse.
Inteligência artificial a caminho da regulamentação
Neste ano, a União Europeia deu seus primeiros passos na regulamentação do uso da inteligência artificial, com o objetivo de garantir melhores condições para o desenvolvimento e a utilização desta tecnologia inovadora.
A prioridade do Parlamento Europeu consiste em garantir que os sistemas de IA utilizados no território sejam extremamente seguros, transparentes, rastreáveis, não discriminatórios e respeitadores do ambiente. Os sistemas devem ser supervisionados por pessoas, em vez de serem automatizados, para evitar resultados prejudiciais.
A União Europeia quer ainda estabelecer uma definição uniforme e neutra em termos tecnológicos para a IA, de modo a ser aplicada em futuros sistemas.
Carbono zero é desafio para o futuro
A Microsoft completou neste ano 35 anos de operações no Brasil. Segundo a companhia, o desenvolvimento sustentável é uma das grandes pautas para os próximos anos
“Temos o desafio global de ser carbono zero até 2030 e recentemente assumimos dois compromissos importantes nessa direção. O primeiro deles foi fechar um contrato para fornecimento de energia eólica por 15 anos. Em outro movimento, acertamos a compra de 1,5 milhão de créditos de remoção de carbono, até 2032, compensados por projetos de reflorestamento da Amazônia. Além disso, promovemos uma formação específica para pensar em projetos que unam tecnologia e sustentabilidade”, disse em carta a CEO.
O painel sobre inteligência artificial teve também a participação do representante da Nvidia Brasil, Marcel Saraiva. Segundo ele, o mundo passa hoje por uma “nova revolução industrial” baseada em IA. Neste contexto, a matriz energética brasileira, aliada a reformas, como a tributária, poderiam trazer essa “revolução industrial para dentro de casa”. Para ele, o “Brasil tem uma chance única de liderar essa revolução”.
Segundo Tania Cosentino, o Brasil tem potencial para se tornar um dos principais centros globais de processamento de dados, graças à sua matriz energética predominantemente renovável. “Nossa matriz é composta por 85% de fontes renováveis, e temos a oportunidade única de atrair investimentos para a construção de data centers que aproveitem essa vantagem competitiva.”O painel sobre IA foi mediado pelo vice-presidente de tecnologia e inovação do Banco Safra, Mario Mello.