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Investidor estrangeiro vai voltar ao Brasil em 2023, diz Stuhlberger

Para Luis Stuhlberger, o mercado externo espera o desenrolar das eleições presidenciais para alocar recursos no Brasil

Stuhlberger

Os investidores estrangeiros estavam com mais medo de golpe no Brasil do que os brasileiros, segundo Stuhlberger Foto: Reprodução

O investidor estrangeiro, ainda está cauteloso quanto à situação política no Brasil, voltará suas atenções ao país no próximo ano. Segundo Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset, o mercado externo espera o desenrolar da transição política e a posse do presidente eleito para voltar a colocar dinheiro no país.

“Eles estavam com um medo maior de golpe do que nós brasileiros”, disse Stuhlberger. “Mas, ele virá de qualquer forma, até porque todos esperam passar o ano para novas posições em carteira. Neste ano aconteceu isso, em janeiro tivemos US$ 20 bilhões de entrada de dinheiro estrangeiro na Bolsa. O fator calendário é importante”, comentou o gestor durante o Safra Trends 2023, evento promovido pelo Banco Safra para analisar o cenário para os investimentos.

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Segundo Stuhlberger, a expectativa é de que esse investidor aloque recursos que seriam aplicados na China e Rússia, que estão em um ambiente ruim para os investimentos financeiros, em países como Índia, México e Brasil. “Estamos ganhando de W.O. Se vier 1% do que seria aplicado na China, já ganhamos muito. O investidor virá de qualquer maneira para o Brasil.”

O risco para o país, conforme Stuhlberger, é o descontrole fiscal. Ontem, foi aprovada a PEC da Transição que permite ao governo gastar R$ 175 bilhões acima do teto fiscal. “A gente entra com déficit primário de -2% e corre risco de o Brasil ser rebaixado por alguma agência de risco. E o Banco Central está preocupado com a questão fiscal e já indicou que terá  juro mais alto por mais tempo”, afirmou Stuhlberger.

Outra oportunidade para o Brasil, na avaliação de Stuhlberger, é atender à demanda americana por produtos industriais. Isso porque Estados Unidos e Europa vão começar a reduzir a dependência da China nos próximos 10 anos.

“Em termos de geopolítica, os EUA e Europa vão querer depender menos da China, mas isso é difícil, visto a quantidade de ativos industriais é tão alto que tirar a dependência de uma hora para outra não é possível”, disse. “A China precisa mais dos EUA do que o contrário. Com isso, os americanos vão começar a diversificar para outros países, Índia e México serão naturalmente acessados, mas se o Brasil se comportar bem e conseguir deixar a indústria mais competitiva, com a diminuição da carga tributária, poderá se beneficiar também.”

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