Portos brasileiros: gigantes internacionais atentos a oportunidades de investimentos
Com ativos valiosos e estratégicos, empresas como a Santos Brasil podem ser alvo de avanços estrangeiros com fusões ou aquisições
28/08/2024O olhar estratégico de empresas e investidores internacionais nos portos brasileiros deve aquecer negócios no setor em breve. Gigantes globais buscam crescimento e consolidação no Brasil, com interesse maior na região Sudeste. Tal crescimento deve vir acompanhado de investimentos e gerar uma nova onda de fusões e aquisições que pode alcançar empresas reconhecidas do setor, como Wilson Sons e Santos Brasil, segundo reportagem do jornal Valor Econômico.
Além do justificado apetite de ampliação das grandes corporações estrangeiras, a correlação dos portos com o agronegócio e com o setor de óleo e gás e a conexão, mesmo que indireta, das receitas dos portos estarem ligadas ao dólar, também tem ajudado a ampliar o interesse internacional em investimentos por esses ativos.
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Investimentos internacionais miram operadoras em portos
Uma das empresas brasileiras sob olhares e possíveis fusões ou aquisições é a Santos Brasil, um dos maiores players portuários e de logística do País. Com valor de mercado de 10.9 bilhões, segundo o Valor Data, a empresa atua no segmento de operações portuárias com logística integrada e é responsável por 16% de toda a movimentação de contêineres do país.
Mais do que as filas no Porto de Santos, onde a empresa tem o Tecon Santos, maior terminal de contêineres da região, números revelam um mercado aquecido.
Dados do Ministério de Portos e Aeroportos indicam crescimento em torno de 22% no setor de contêiners em 2023. O volume total de contêineres somente na Santos Brasil, segundo resultados operacionais de julho de 2024, cresceu 18,3%. O Tecon Santos superou pela primeira vez a movimentação de mais de um milhão de contêineres em 2023 e, apesar disso, é o único terminal do gênero próximo ao Porto de Santos com capacidade disponível.
No momento, além da Santos Brasil e Wilson Sons, CLI (Corredor Logística e Infraestrutura) e Porto Sudeste tem ativos à venda. Segundo levantamento do jornal Valor Econômico, ao menos R$ 7 bilhões estão na mesa de negociação, considerando a participação dos controladores nas empresas de capital aberto à venda.
O primeiro negócio a sair deve ser a venda do controle da Wilson Sons, companhia que vale R$ 7,4 bilhões na bolsa segundo o Valor Data. O fundo de infraestrutura americano I Squared está interessado, segundo apuração do veículo de imprensa, e a venda da fatia da controladora Ocean Wilsons, que tem fatia de 56,5%, é um processo que retomou conversas recentemente.
Setor público também busca investimentos
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, espera que o governo realize 30 leilões do setor nos próximos dois anos, alcançando aproximadamente R$ 15 bilhões em investimentos. A declaração foi dada recentemente na B3, em São Paulo, após anúncio do arrendamento de cinco áreas de terminais portuários nos Portos de Recife (PE), Rio Grande (RS) e Rio de Janeiro (RJ).
Houve crescimento de 6% do setor em 2023 e 4% no primeiro semestre deste ano, com estimativas de crescimento anual de 6%, segundo informações do Ministério de Portos e Aeroportos.
(com informações do Valor Econômico)