Inflação deve encerrar o ano com alta acumulada de 4,3%
Banco Safra revisa projeção da inflação oficial medida pelo IPCA em 2024 de 4,1% para 4,3%, dentro da meta oficial do Banco Central
12/08/2024O segundo semestre do ano começou com uma leve surpresa altista na inflação. O IPCA de julho variou 0,38% na comparação mensal, resultado um pouco acima da projeção do Banco Safra e da mediana de projeções do mercado, ambas em 0,35%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses subiu dos 4,23% registrados em junho para 4,50%, coincidindo com a banda superior da meta de inflação.
Soma-se a esse resultado o comportamento desfavorável da inflação na abertura por componentes. Os preços de serviços e de bens industriais aceleraram mais do que o esperado e explicam a totalidade do desvio de projeção. Dentre os itens, destaque para as altas de automóveis, alimento para animais, serviço bancário e hospedagem. Essas surpresas puxaram os núcleos de inflação para além do previsto pelo Safra.
Saiba mais
- LF Safra IPCA+ oferece rentabilidade e segurança
- Renda fixa indexada à inflação: destaque nas recomendações de investimento
- Como operar na bolsa de valores com a segurança da Safra Corretora
Medidas subjacentes da inflação aceleraram na métrica de médias móveis trimestrais, considerando os dados com ajuste sazonal e anualizados. Influenciado pela alta mensal de condomínio, a inflação subjacente dos serviços subiu para 6,0% nos três meses findos em julho, ante 4,6% em junho. Houve elevação também na média dos cinco núcleos mais acompanhados pelo Banco Central do Brasil, de 3,8% para 4,7% na
passagem do mês.
Do lado benigno, a inflação de alimentos segue surpreendendo para baixo, destaca o Safra. Destaque para a forte queda de preço dos produtos in natura em julho. As carnes também mostram bom comportamento neste ano, com deflação em todos os meses desde fevereiro.
IPCA deve arrefecer em agosto para cerca de 0,10%
O Safra espera arrefecimento da variação mensal do IPCA em agosto, para próximo de 0,10%, em virtude de três fatores. Em primeiro lugar, o preço dos combustíveis deve desacelerar, refletindo a dissipação dos impactos do reajuste ocorrido no começo de julho. Além disso, a tarifa de energia elétrica deve ter alívio em agosto, dada a definição de bandeira tarifária verde para o mês. Por fim, as coletas diárias sugerem que os alimentos devem seguir no terreno deflacionário.
Em setembro, a inflação deve ser pressionada pela alta nos preços dos cigarros, em reação às mudanças nas alíquotas de impostos e ao novo preço mínimo estabelecido. Essa novidade levou o Safra a revisar a projeção do IPCA de 2024 de 4,1% para 4,3%, o que ainda significa o cumprimento da meta de inflação.