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Inflação derruba ações do varejo e Ibovespa fecha a semana em queda de 2,67%

Índice encerrou a sexta-feira com recuo de 0,45% após a divulgação da maior inflação em 28 anos

bolsa de valores inflacao

Com os preços mais altos, as ações das varejistas caem em bloco. Via Varejo, Americanas e Magazine Luiza figuram entre as maiores baixas do Ibovespa | Foto: Getty Images

A disparada da inflação em março, que chegou a 11,30% em doze meses, afetou o mercado nesta sexta-feira. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operou em queda durante toda a sessão. O índice caiu 0,45% a 118.322 pontos, sendo que a mínima do dia chegou a 117.486 pontos. O volume financeiro foi de R$ 26,15 bilhões. Na semana, o Ibovespa recuou 2,67%.

O dólar também apresentou queda nessa sexta-feira e fechou em R$ 4,70, recuo de 0,67%. Na variação semanal, no entanto, a moeda americana apresentou alta de 0,89%.

Em março, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 1,62%, após chegar em 1,01% em fevereiro. Esse foi o maior resultado para o mês de março desde 1994 (42,75%), antes da implantação do Real. Nos Estados Unidos, a pressão por juros mais altos também afetou as ações na abertura dos negócios.

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No ano, o indicador acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados são do IBGE.

Com os preços mais altos, as ações das varejistas caem em bloco. Via Varejo, Americanas e Magazine Luiza figuram entre as maiores baixas do Ibovespa. Os papeis da Via Varejo recuaram 7,93%, os da Americanas outros 7,85% e a Magalu caiu 6,71%.

“O IPCA mais alto significa juros mais alto e isso afeta o valor das empresas”, disse Rafael Foscarini, da Belo Investment Research. “Há mais probabilidade de um aumento dos juros maior do que o esperado.”

Hoje, a taxa básica de juros está em 11,75% ao ano e o Banco Central trabalha com a expectativa de fechar 2022 com uma Selic em 12,75%.

“O BC espera que a inflação deve cair após o final da guerra, pois, os preços das commodities, principalmente do petróleo, devem reduzir com a diminuição do conflito”, afirmou. “Mas, isso é uma hipótese e a medida que a guerra se arrasta, as commodities se mantêm em patamares elevados e deve ter mais aumento da Selic.”

Além da guerra, outro fator que impulsiona os preços das commodities é o agravamento da covid-19 na China, segundo Foscarini. “Xangai estendeu o confinamento e freia a atividade econômica.”

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