IPCA acelera para 1,31% em fevereiro, com peso da energia e educação
Em doze meses, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 5,06%; Banco Safra projeta inflação de 5,2% no fim do ano
12/03/2025
Maior variação do IPCA em fevereiro foi observada no grupo educação, com alta de 4,70% e impacto de 0,28 ponto percentual no índice geral | Foto: Getty Images
A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 1,31% em fevereiro, após registrar 0,16% no mês anterior. Esta é a maior alta para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%) e a maior taxa desde março de 2022 (1,62%). A alta foi influenciada especialmente pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que exerceu um impacto de 0,56 ponto percentual (p.p.) no índice. Nos últimos doze meses, a taxa ficou em 5,06%, acima dos 4,56% dos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 12, pelo IBGE.
A inflação foi influenciada pela retomada do nível de preço de energia elétrica e de educação, por causa dos reajustes sazonais das mensalidades escolares, informou o IBGE.
Segundo o Banco Safra, a perspectiva é de que a inflação seguirá pressionada no curto prazo. A tendência deve ser revertida no segundo semestre, quando o arrefecimento da demanda doméstica contribuirá para a acomodação de preços. Nessa linha, o Banco Safra reforça a projeção de 5,2% para o IPCA de 2025.
Saiba mais
- Fundos Imobiliários com maior prêmio de dividendos ganham espaço na carteira
- Safra é o melhor banco em fundos de ações, segundo a FGV
- Como operar na bolsa de valores com a segurança da Safra Corretora
Cerca de 92% do resultado de fevereiro estão concentrados em quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados: Habitação, Educação, Alimentação e bebidas e Transportes.
O grupo Habitação, que acelerou de -3,08% em janeiro para 4,44% em fevereiro, exerceu o maior impacto (0,65 p.p.) no índice do mês. “Essa alta se deu em razão do fim da incorporação do Bônus de Itaipu, que concedeu descontos em faturas no mês de janeiro. Com isso, o subitem energia elétrica residencial passou de uma queda de 14,21% em janeiro para uma alta de 16,80% em fevereiro”, explica Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.
Grupo Educação pressiona resultado do IPCA
Já a maior variação foi observada no grupo Educação, com alta de 4,70% e impacto de 0,28 p.p. no índice geral. Fernando explica que esse aumento se deu em razão dos reajustes nas mensalidades escolares praticados no início do ano letivo, com destaque para ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).

Ovo e pó de café pressionam custo da alimentação
Por sua vez, o grupo Alimentação e Bebidas, com variação de 0,70% e impacto de 0,15 p.p., desacelerou em relação ao mês de janeiro (0,96%). Entre as altas, destacam-se o ovo de galinha (15,39%) e o café moído (10,77%). No lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).
“O café, com problemas na safra, está em trajetória de alta desde janeiro de 2024. Já o aumento do ovo se justifica pela alta na exportação, após problemas relacionados à gripe aviária nos Estados Unidos, e, também, pela maior demanda devido à volta às aulas. Além disso, o calor prejudica a produção, reduzindo a oferta”, esclarece o gerente.
O grupo Transportes, com 0,61% de variação e 0,13 p.p. de impacto, também desacelerou em relação a janeiro (1,30%). Com reajuste no ICMS, o resultado foi influenciado pelo aumento nos combustíveis (2,89%): óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). Destaca-se que a gasolina, devido ao seu peso, exerceu o segundo maior impacto individual no índice, com 0,14 p.p. Apenas o gás veicular (-0,52%) apresentou redução.
Os demais grupos apresentaram os seguintes resultados: Artigos de residência (0,44%), Vestuário (0,00%), Saúde e cuidados pessoais (0,49%), Despesas pessoais (0,13%) e Comunicação (0,17%)
INPC tem alta de 1,48% em fevereiro
A alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 1,48% em fevereiro, após registrar variação nula em janeiro. Esta foi a maior variação para fevereiro desde 2003 (1,46%) e o maior resultado desde março de 2022 (1,71%).
No ano, o acumulado é de 1,48% e, nos últimos 12 meses, de 4,87%, acima dos 4,17% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Os produtos alimentícios desaceleraram de janeiro (0,99%) para fevereiro (0,75%). Já a variação dos não alimentícios passou de -0,33% em janeiro para 1,72% em fevereiro. O gerente explica que o peso da energia elétrica é maior no INPC. Já os cursos regulares pesam mais no IPCA.

