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Itaú apresenta crescimento de 15% nos lucros e tem potencial de valorização

Os destaques positivos no balanço do Itaú foram a boa renda líquida com clientes, que compensou as despesas no trimestre.

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A receita líquida total do Itaú ficou em linha a estimativa do Safra, atingindo R$ 21 bilhões | Foto: Getty Images

O Itaú Unibanco apresentou lucro líquido recorrente de R$ 7,36 bilhões – lucro por ação de R$ 0,75. O resultado veio de acordo com as expectativas e representou um aumento de 15,1% no comparativo anual e 2,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

Segundo o Banco Safra, os destaques positivos no balanço do Itaú foram a boa renda líquida com clientes, refletindo o desempenho contábil atual do Itaú, resultados de seguros e controle de custos, que mais do que compensou as maiores despesas com provisões no trimestre.

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A receita líquida total ficou em linha a estimativa do banco, atingindo R$ 21 bilhões, alta de 12,9%, mas queda de 0,7% no comparativo trimestral, devido ao forte desempenho da margem financeira com clientes compensando a menor renda líquida com o mercado.

A margem financeira com clientes aumentou 23,9% ano contra ano e 0,7% no comparativo trimestral, refletindo ainda no bom crescimento e mix do volume de crédito, crescendo mais nas linhas de spread mais alto, como cartão, cheque especial e crédito ao consumidor.

Segundo o Safra, a margem financeira com o mercado foi para baixo 59% ano contra ano e 22% no comparativo trimestral, devido a menores ganhos com a estratégia de hedge em investimentos no exterior.

A evolução da carteira de crédito total do Itaú foi negativamente impactada pela variação cambial de operações na América Latina, enquanto o Brasil segue em ritmo sólido.

O crescimento total da carteira de crédito expandida atingiu 10,5% no comparativo anual e ficou estável no trimestre para R$ 815 bilhões, com a carteira do Brasil em R$ 630 bilhões, um aumento de 22,0% ano contra ano e 2,6% ante o trimestre imediatamente anterior.

Na operação brasileira, enquanto a carteira de varejo avançou em 4,4% no comparativo trimestral, o segmento corporate ficou estável no período, refletindo eventos de sazonalidade, menor demanda para linha de crédito para capital de giro, que caiu 1,6% no trimestre. Do lado negativo, o livro LatAm caiu 16% ano contra ano e 9% no comparativo trimestral. Excluindo o impacto da variação cambial, o total de carteira de crédito cresceu 22,5% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A qualidade do crédito apresentou uma ligeira deterioração, como esperado o crédito não produtivo (NPL) acima de 90 dias do Brasil operações atingiram 2,6%, aumento de 10bsp trimestre contra trimestre, dos quais o NPL no Brasil foi de 2,9%, elevação de 10bps.

No Brasil, a inadimplência do segmento de Pessoas Físicas atingiu 4,1%, alta de 30bps no trimestre, enquanto as PMEs e Corporate ficaram estáveis, em 2,3% e 0,5%, respectivamente. O NPL mais curto (15 a 90 dias) aumentou para 2,1%, aumento de 30 bps no trimestre.

Embora o índice de cobertura permaneça alto em um nível confortável de 232%, ante 241% no trimestre anterior. As Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa do Itaú subiram 69,5% ano contra ano no trimestre, para R$ 7 bilhões, 5,9% acima da estimativa do Safra, ainda em alta provisões realizadas no segmento de negócio de Varejo no Brasil, refletindo o maior crescimento do volume de linhas mais arriscadas.

As receitas de tarifas foram positivas, principalmente devido às operações de Seguros, que mais que compensou as taxas bancárias mais baixas em base trimestral.

A receita com tarifas bancárias foi próxima de nossa estimativa, atingindo R$ 9,77 bilhões, alta de 2,2% ano contra ano e evolução de 7,2% da receita ajustada, excluindo a XP, mas queda de 4,6% no trimestre, principalmente devido aos efeitos sazonais de cartões, tanto de emissão quanto de adquirência, de serviços de conta corrente e gestão de fundos menores taxas de performance, impactado negativamente pelo novo reconhecimento contábil e pelo menor número de dias úteis no período.

As operações de seguros se fortaleceram sequencialmente, crescendo 24,1% no comparativo anual e 10,4% trimestre contra trimestre. As despesas operacionais também ficaram em linha com os números estimados pelo Safra, apesar de alguma pressão da inflação e do acordo coletivo de trabalho, o que reforça o bom controle de custos do Itaú.

As despesas não decorrentes de juros aumentaram apenas 3,9% ano contra ano e caíram 4,2% no comparativo trimestral. Segundo o Safra, o aumento das despesas não decorrentes de juros foi explicado principalmente pelas maiores despesas com pessoal, impactado negativamente pelo acordo coletivo de trabalho e contratações de 3,5 mil novos funcionários no período.

Mesmo assim, de acordo com o Safra, as despesas do Itaú cresceram abaixo da inflação no período, mostrando um bom controle de custos por parte do Banco. Com isso, o Itaú encerrou o primeiro trimestre com índice de eficiência (critério Itaú) de 41,8%.

O lucro líquido reportado ficou abaixo do lucro ajustado, pois atingiu R$ 6,7 bilhões, diferença explicada principalmente por uma despesa não financeira de aproximadamente de R$ 1,4 bilhão (R$ 757 milhões após impostos) referente a um plano de demissão voluntária.

Segundo o Safra, o banco encerrou o período com um sólido índice de BIS (balanço patrimonial) de 13,9%, permitindo acelerar crescimento.

O Itaú encerrou o 1T22 com CET1 em 11,1% (11,3% no trimestre anterior), enquanto O Tier 1 chegou a 12,5% (13,0% anteriormente), e um pouco abaixo da meta de capital do banco Tier1 de 13,5%.

A meta do Itaú para CET1 (relação entre os fundos próprios principais de nível 1) é atingir algo próximo a 13%, seguindo o hedge bancário. Mas, de acordo com o Safra, tal objetivo não deve alterar a politica de dividendos. No geral, os resultados do primeiro trimestre foram positivos, ligeiramente superiores às expectativas do mercado.

Segundo o Safra, o Itaú Unibanco é uma das principais escolhas no setor, entregando uma boa rentabilidade expectativa para 2022 e um alto ROE sustentável. Com isso, o Safra reitera a recomendação de compra para Itaú com preço-alvo de R$ 34,5/ação.

Vale a pena investir em ITUB4?

  • Alta lucratividade (maior ROE dentre os grandes bancos no Brasil);
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  • Histórico de boa performance no controle de custos.

Quais os riscos ao investir em ITUB4?

  • Risco macroeconômico;
  • Aumento da inadimplência;
  • Mudanças tributárias, como taxação de dividendos;
  • A competição no mercado de adquirência poderia trazer algum risco para o crescimento em serviços para o Itaú mais do que para outros bancos, uma vez que ele detém 100% da Rede;
  • Competição para clientes de média e alta renda com XP, BTG e C6, entre outros;
  • Concorrência mais acirrada no mercado de crédito após o início do Open Banking.

Sobre o Itaú Unibanco (ITUB4)

O Itaú Unibanco é maior banco do país, e a marca é apontada como a mais valiosa do país por publicações como a Interbrand. Possui cerca de 98 mil colaboradoores, 4,7 mil agências, 47,5 mil caixas eletrônicos no Brasil e exterior e cerca de 51,1 milhões de clientes no varejo (dado de maio de 2019).

Atua no varejo através do crédito imobiliário, cartões de crédito e consumer finance, financiamento de veículos, seguridade e clientes corporativos com faturamento anual inferior a R$30 milhões (micro e pequenas empresas).

Também atua no atacado através do Itaú BBA, com cobertura total de clientes corporativos com faturamento anual superior a 200 milhões. O Itaú Unibanco possui liderança em atividades de banco de investimento.

Na América Latina, o Itaú Unibanco (ITUB4) possui presença no varejo e ainda atua como Wealth Management com R$ 1,2 bilhões de ativos sob administração – private banker líder na América Latina.

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