Jack Ma, do Alibaba, reaparece após três meses
Bilionário chinês do comércio eletrônico que estava sumido desde que criticou o governo reapareceu em evento filantrópico online
20/01/2021O bilionário Jack Ma fez sua primeira aparição pública em quase três meses, ao falar por meio de um link de vídeo em evento filantrópico nesta quarta-feira, 20, informou a imprensa da China.
Porta-vozes da Jack Ma Foundation e do Ant Group, o gigante de tecnologia financeira comandado por Ma, confirmaram a notícia.
“Jack Ma participou na cerimônia online do evento anual Iniciativa Professor Rural, em 20 de janeiro”, diz a fundação do bilionário em comunicado ao Wall Street Journal.
As ações do site de comércio eletrônico Alibaba listadas em Hong Kong saltaram com a notícia, em um momento em que o comércio eletrônico mundial vive uma verdadeira revolução com crescimento exponencial em meio à pandemia de covid-19.
Trata-se da primeira aparição pública de Ma desde 24 de outubro, quando o fundador do Alibaba e acionista controlador do ANT fez um discurso controverso em um fórum financeiro em Xangai, com críticas a reguladores por supostamente atrapalharem a inovação financeira e tecnológica.
Críticas ao governo cancelam IPO
As declarações enfureceram a liderança chinesa e levaram o presidente Xi Jinping a decidir pessoalmente cancelar a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações do ANT Group, que estava prestes a ser realizada em Hong Kong e Xangai.
Dias antes do discurso, quatro reguladores chineses haviam convocado Ma e outros dois executivos do ANT Group para uma reunião a portas fechadas, no início de novembro.
O ANT Group foi forçado a desistir de seu IPO, no qual tinha expectativa de levantar mais de US$ 34 bilhões e avaliar o gigante do setor de tecnologia financeira em mais de US$ 300 bilhões.
O Alibaba, ao lado de outras empresas de internet e e-commerce da China, tem sido alvo recentemente de reguladores antitruste. No fim de dezembro, autoridades locais lançaram investigação sobre supostas práticas contra a concorrência nas plataformas de e-commerce do Alibaba. Fonte: Dow Jones Newswires. (AE)