JBS supera expectativa e listagem dupla pode garantir valorização adicional
Possibilidade crescente de listagem da ação da JBS também na Bolsa de Nova York pode desbloquear potencial de valorização adicional, segundo o Banco Safra
26/03/2025
A JBS propôs dividendos adicionais de R$ 2 por ação, um rendimento de 4,9%, devido à posição confortável do balanço | Foto: Getty Images
A JBS (JBSS3) reportou fortes ganhos no quarto trimestre de 2024, com um desempenho sólido em todas as suas divisões, embora tenha feito ajustes significativos nos números reportados, principalmente devido a acordos antitruste, litígios extemporâneos e reversão de créditos fiscais. O EBITDA ajustado ficou 5% acima da estimativa do Banco Safra e +9% em relação ao consenso do mercado.
Mesmo com condições desafiadoras para a carne bovina nos Estados Unidos, a empresa conseguiu entregar margens melhores do que o esperado nesse segmento altamente relevante.
Analistas do Safra consideram que a JBS continua a entregar uma execução sólida, resultando em uma geração de fluxo de caixa livre de R$ 5,3 bilhões (R$ 13,2 bilhões em 2024 e rendimento de fluxo de caixa de financiamento (FCF de 14,6%). A empresa superou sua orientação para 2024 (+1% em relação à linha superior projetada e +2% em relação ao topo da faixa de EBITDA projetada, ambos em termos de R$) e anunciou que não divulgará mais suas projeções.
A administração também propôs dividendos adicionais de R$ 2,00/ação (rendimento de 4,9%) devido à posição confortável do balanço. O Banco Safra tem recomendação de
Compra para JBSS3 (principal escolha no setor) devido à avaliação razoável da ação, diversificação geográfica e de portfólio e robusta geração de fluxo de caixa.
Além disso, o Safra vê a probabilidade crescente de que a listagem dupla ocorra no curto prazo, o que pode contribuir para desbloquear um potencial de valorização adicional.
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Demanda global impulsionam resultados da JBS Brasil
JBS Beef North America: As receitas líquidas atingiram R$ 37,392 bilhões no 4T24 (+20% a/a), com uma margem EBITDA ajustada de 1,7% (revertendo de -1,6% no 4T23 e +132bps melhor do que a estimativa do Safra). Mesmo que o cenário para a indústria de carne bovina permaneça difícil, pressionado pela disponibilidade limitada de gado, a demanda continua a impulsionar o crescimento da linha superior, pois a execução sólida da empresa conseguiu preservar margens melhores do que o esperado. O câmbio do real em relação ao dólar também desempenhou um papel favorável nos resultados da empresa.
JBS Austrália: O segmento de aquacultura continua a mostrar volumes mais baixos, enquanto o segmento de carne bovina (principal negócio da JBS nesta BU) se beneficiou de uma tendência de volume oposta. No entanto, dados da Meat & Livestock Australia (MLA) mostraram que os preços mais altos do gado pressionaram as margens no 4T24. Consequentemente, os resultados operacionais ficaram abaixo do esperado, com receitas líquidas de R$10,315 bilhões (+20% a/a e -6% em relação à nossa previsão) e margem EBITDA ajustada de 7,9% (-237bps a/a e -56bps em relação à previsão do Safra).
Seara: A forte demanda dos mercados doméstico e de exportação levou a um sólido crescimento da linha superior no 4T24. No mercado doméstico, a JBS menciona que a receita cresceu em todos os segmentos (aves, suínos e alimentos preparados), mas o destaque foi o segmento in natura (crescimento da linha superior de 20% a/a). Além disso, a forte demanda global impulsionou volumes e preços, com receitas de exportação aumentando 19% a/a no 4T24. Como resultado, as receitas líquidas atingiram R$13,292 bilhões (+27% a/a e +6% em relação à previsão do Safra), com uma margem EBITDA ajustada de 19,8% (+1.335bps a/a e -54bps em relação à nossa previsão).
JBS Brasil: Os resultados operacionais foram sólidos, impulsionados tanto pela demanda global (crescimento da linha superior das exportações de 49% a/a) quanto pelo mercado doméstico (crescimento da linha superior de 21% a/a). Mesmo com os preços do gado aumentando 33%, de acordo com dados do CEPEA-Esalq, a empresa conseguiu expandir as margens a/a. Como resultado, as receitas líquidas atingiram R$20,334 bilhões (+36% a/a), com uma margem EBITDA ajustada de 6,6% (+78bps a/a e +64bps em relação à nossa estimativa).

