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JHSF se beneficia do bom momento do mercado de luxo no Brasil

O lucro líquido da JHSF cresceu 33,4% no comparativo anual e atingiu R$254,6 milhões, com margem líquida de 52,7%

Construção de prédio

O Ebitda ajustado da JHSF atingiu R$ 264 milhões no 4º trimestre, alta de 19% | Foto: Getty Images

A JHSF Participações (JHSF3) parece estar se beneficiando do excelente momento da indústria de luxo no Brasil, que se refletiu em sólidas expansões de receita em todas as divisões da empresa no quarto trimestre.

Mesmo assim, na visão do Banco Safra, vale destacar que a JHSF apresentou uma significativa deterioração em sua margem EBITDA, principalmente devido a:

  • Evolução mais rápida das obras da divisão de Incorporação;
  • Abertura de novos ativos operacionais desde o 4º trimestre de 2020;
  • Aumento do quadro de funcionários da empresa para novos projetos e expansões; e
  • Maiores investimentos em e-commerce.

Apesar do reduzido volume de estoques acabados em seu portfólio, as vendas contratadas líquidas da empresa atingiram R$ 340 milhões, uma queda de 10% no comparativo anual, suportadas principalmente pelo desempenho robusto dos empreendimentos Boa Vista Estates e Boa Vista Village.

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Dessa forma, a expansão de 10% na receita líquida da divisão de Incorporação Imobiliária foi impulsionada principalmente por vendas resilientes em todo o complexo Boa Vista, representando R$ 311 milhões no período, e o contínuo progresso do método de reconhecimento de receita PoC (controle contábil).

Por outro lado, houve uma deterioração de 673 bps (soluções de processos de negócios) na margem bruta da divisão, que foi explicada pela evolução mais rápida das obras em relação ao mesmo período de 2020. O EBITDA ajustado da JHSF atingiu R$ 264 milhões no no último trimestre de 2021, crescendo 19% no comparativo anual, com margem ajustada de 54,7%, o que representa uma contração de 602 bps ano a ano.

No geral, apesar da expansão da receita líquida de 24% no comparativo anual, as despesas operacionais consolidadas da companhia aumentaram na mesma proporção, 23,8%, o que foi explicado principalmente pelos contínuos investimentos na expansão de suas divisões de renda recorrente e iniciativas digitais, e a atividade comercial aquecida da divisão de Incorporação Imobiliária.

Por fim, as despesas financeiras líquidas da empresa subiram 102% no comparativo anual, para R$ 83 milhões, impulsionadas pelo aumento das taxas de juros em cima de uma dívida maior, que foi compensada pelo aumento de 21,5% em suas receitas financeiras e R$ 39 milhões em impostos diferidos.

Assim, o lucro líquido da JHSF cresceu 33,4% em relação ao mesmo período de 2020 e atingiu R$254,6 milhões, com expansão de margem líquida de 375 bps, para 52,7%.

Em suma, com um preço-alvo de R$ 10,70 por ação, o Safra manteve o rating compra para JHSF3, impulsionado principalmente por seu atraente potencial de valorização e seu momento, uma vez que seus resultados continuam crescendo com investimentos bem-sucedidos realizados nos últimos dois anos.

Vale a pena investir em JHSF3?

  • Empresa foi capaz de reduzir significativamente seu nível de endividamento e custo de dívida por meio da venda de ativos, renegociações e ofertas subsequentes de ações;
  • Plano de expansão da divisão de shopping centers tem potencial para aumentar a ABL própria da JHSF em 97%, para 132 mil m², dos quais 35,3 mil m² virão de expansões de baixo custo e baixo risco do ativo circulante;
  • Extenso pipeline de loteamentos e empreendimentos imobiliários residenciais, que tendem a apresentar TIRs elevadas e devem contribuir com R$ 8,7bi em VGV lançado até 2025, mas apresentando sinergias com os principais ativos da empresa; e
  • Ramp-up do ‘Aeroporto Catarina’, impulsionado principalmente pela sua internacionalização, que deve impulsionar a geração de caixa e aumentar a atratividade de todos os ativos que estão localizados no ‘Catarina Park’.

Quais são os principais riscos de JHSF3?

  • Atrasos na entrega das expansões de seus shoppings;
  • Maiores custos de construção, reduzindo as TIRs esperadas de empreendimentos residenciais;
  • Riscos de execução e potenciais atrasos nos empreendimentos em desenvolvimento, principalmente no segmento residencial;
  • Mudanças no ambiente macroeconômico (por exemplo, maior taxa de juros e menor crescimento do PIB), considerando a correlação significativa entre as ações das empresas imobiliárias e as taxas de juros.

Sobre a JHSF Participações (JHSF3)

Fundada em 1972 e controlada pela família Auriemo, a JHSF Participações (JHSF3) é uma holding com diversas subsidiárias voltada para atividades de desenvolvimento e administração de empreendimentos imobiliários multiprodutos, que se inspiram principalmente anseios de consumidores de alto patrimônio.

A holding desenvolve, investe e administra shopping centers, hotéis de luxo, restaurantes e empreendimentos imobiliários residenciais para clientes de alta renda.Atualmente, o portfólio da JHSF Participações (JHSF3) está dividido em quatro negócios: shopping centers; construção residencial; hotéis e restaurantes; e aeroporto. Suas atividades estão localizadas principalmente no Estado de São Paulo, mas também são complementadas por operações em outras capitais brasileiras, como Salvador, Manaus e Rio de Janeiro, assim como em outros países, como Uruguai e EUA.

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