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A conjuntura econômica mundial e as perspectivas para o Brasil

Vídeo Conjuntura Safra de agosto analisa as mudanças no cenário na Europa e nos Estados Unidos e os reflexos na economia brasileira

Joaquim levy

A economia brasileira está relativamente equilibrada e tem espaço para crescer, afirma Joaquim Levy

No vídeo Conjuntura Safra de agosto, o diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra, Joaquim Levy, analisa o cenário da economia mundial e nacional. Ele cita os riscos existentes em relação à política monetária nos Estados Unidos e Europa, e conclui que o Brasil caminha para uma situação favorável. “A economia brasileira está razoavelmente equilibrada, não tem grande endividamento, o emprego voltou e o País tem espaço para crescer”.

Ele observa que, se não houver nenhum choque externo ou mudança nos preços das commodities, e com sinalização fiscal estável, o Brasil pode chegar ao fim do ano que vem com uma “situação benigna”, com a inflação perto de 5%, juros abaixo dos 10% ao ano, e câmbio perto de R$ 5 e até um fluxo positivo de capital estrangeiro.

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Os dados mais recentes do Banco Central indicam uma situação externa bastante confortável, segundo Levy, com entrada de capital e cotação do dólar ao redor de R$ 5. Essa sit7ação tende a continuar no ano que vem.

Ele destaca que o cenário internacional vem confirmando a disposição do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, de agir para segurar a inflação. Também existe uma instabilidade em relação ao ritmo de atividade nos Estados Unidos. O dado mais recente indicou que a inflação veio abaixo do esperado, mas a tendência é que esse debate sobre inflação, juros e recessão na economia norte-americana continue por mais tempo, talvez por alguns trimestres. A expectativa é grande para a próxima decisão em relação aos juros por parte do Federal Reserve, o que só vai acontecer em setembro.

Na Europa a situação é mais complexa, pois existe um grande desequilíbrio entre os países e o problema da Guerra. O que o Banco Central europeu fez foi enxugar mais rápido os papéis da Alemanha, mas continua comprando na Itália. A grande dúvida é o risco de falta de gás no inverno europeu, no final do ano.

E o quadro na Europa é instável: diferentemente dos Estados Unidos, a política fiscal ainda é expansionista. Ainda não há efeitos de desaceleração, mas apenas elevação de custos de energia.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) sugeriu que a Alemanha evite buscar a busca de redução de déficit por enquanto e procure dar apoio fiscal para enfrentar o choque de oferta decorrente da crise energética.

“O cenário continua relativamente favorável para o Brasil, com os juros subindo de forma moderada nos Estados Unidos, situação tranquila de liquidez no mercado, com a volatilidade caindo, e preços das commodities acomodadas, sem risco de queda forte”, comenta Levy.

No cenário doméstico, Levy cita a grande surpresa das iniciativas legislativas recentes para cortar impostos sobre a gasolina e sobre a energia elétrica, o que liberam só neste ano cerca de R$ 70 bilhões. “É um dinheiro que seria imposto e será adicionado ao poder de compra das pessoas”.

Além disso, mais R$ 40 bilhões estão sendo injetados na economia com aumento de benefícios sociais como o Bolsa Família, auxílios para taxistas e motoristas e outros.

“Apesar das restrições impostas pela legislação do período eleitoral, a economia vai receber uma injeção de mais de R$ 110 bilhões no curto período de apenas seis meses, o que significa cerca de 2,5% de PIB, além do efeito de segurar a inflação. Quanto disso vai virar consumo ou para pagar dívida não se sabe, mas os economistas todos elevaram as previsões de crescimento para o ano”.

Safra eleva projeção para o PIB, destaca Joaquim levy

Levy cita que o Banco Safra elevou a previsão do PIB de 2022 para 1,5%, “pode ser até um pouco mais”, e reduziu a previsão para a inflação dos preços administrados ao mesmo tempo em que elevou as projeções para os preços livres. “A ata do Copom na semana passada analisa esse quadro de inflação e crescimento, sinalizando que deve segurar o aperto monetário nos níveis atuais por mais tempo”.

“A inflação no nível atual perto de 5% no ano que vem pode significar no fim do ano juros de um dígito, o que vai depender da política fiscal do próximo governo”, afirma.

Diante de tantas variáveis, o diretor do Safra conclui: “Os fundos multimercados existem exatamente para ajudar os investidores em situações como essas, onde existem riscos e mudanças do cenário. Para isso temos gestores trabalhando 24 horas por dia”.

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