Jornalista e escritor Jorge Cunha Lima morre aos 90 anos
Nome importante no movimento das Diretas Já, Jorge Cunha Lima foi presidente da Fundação Padre Anchieta e secretário de Cultura de São Paulo
18/08/2022Jorge da Cunha Lima, escritor e jornalista, morreu aos 90 anos. Nome importante no movimento das Diretas Já e defensor da TV pública, ele foi presidente da Fundação Padre Anchieta por quase uma década e secretário de Cultura de São Paulo, além de ter publicado livros como Mão de Obra, Véspera de Aquarius, Jovem K e Troia Canudos.
Nascido em São Paulo no dia 10 de outubro de 1931, descendente de barões do café, Jorge da Cunha Lima se formou em Jornalismo e Direito pela Universidade de São Paulo. Depois de uma passagem pela empresa da família, ele foi convidado, aos 23 anos, para ser o subchefe da Casa Civil.
Com forte atuação na campanha das Diretas Já, quando coordenou os comícios, Cunha Lima foi secretário da Cultura e da Comunicação no governo Franco Montoro (1983-1987). Como jornalista, foi ainda diretor do jornal Última Hora em São Paulo, onde também assinou a coluna Pauliceia Desvairada. Em 1958, ele fundou, com José Celso Martinez Corrêa e outros, o Teatro Oficina.
Nos anos 1980, entre 1987 e 1989, foi presidente da Fundação Cásper Líbero e diretor da TV Gazeta. Entre 1995 e 2004, presidiu a Fundação Padre Anchieta e a TV Cultura. Nesse período, a programação infantil da emissora foi fortalecida. Foi nessa época que surgiram programas como Cocoricó e Ilha Rá-Tim-Bum.
Jorge da Cunha Lima criou e presidiu a Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais (ABEPEC) e fez parte de conselhos e diretorias de importantes instituições culturais, como a Fundação Bienal de São Paulo e Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Foi também vice-presidente do Instituto Itaú Cultural e chegou a integrar o conselho administrativo da instituição. (AE)