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Juros futuros caem após declaração do presidente do Banco Central

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou sobre o possível encerramento do ciclo de alta da taxa básica de juros em maio, em 12,75% ao ano

Juros futuros

A cotação do dólar inverteu a tendência de valorização após a declaração do presidente do BC e voltou a cair | Getty Images

A reação do mercado foi expressiva em relação à declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre um possível encerramento do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) em maio, no patamar de 12,75% ao ano. Os juros futuros caíram significativamente, amenizando as perspectivas mais agressivas quanto ao aumento da Selic no futuro. Assim, consideramos o fechamento como um ajuste na curva.

O DI de jan/23 caiu de 12,975% para 12,845% e o DI de jan/24 foi de 12,67% para 12,30%. A cotação do dólar inverteu a tendência de valorização após a declaração do presidente do BC e voltou a cair, dada a procura de investidores estrangeiros para a alocação de capital.

A valorização do real frente ao dólar pode ser explicado pelo juro real brasileiro alto (atrás apenas da Rússia) e ativos de renda variável com preço descontados, favorecendo a entrada da moeda estrangeira no país. O Brasil iniciou o aperto monetário antes de países emergentes e desenvolvidos, ganhando certa vantagem na alocação de capital estrangeira. Entretanto, a continuidade da valorização do real dependerá também da redução das incertezas políticas e fiscais.

Banco Central sinaliza alta adicional de juros em junho, caso cenário piore

O Banco Central sinalizou que pode haver um movimento adicional de alta em junho, caso a situação no cenário internacional se agrave. Outro fator levado em conta foi a valorização das commodities que segue pressionando a inflação, mas com efeito foi parcialmente compensando pela apreciação do real.

O Banco Central projeta em seu cenário base que a inflação termine 2022 em 6,3%, acima do teto da meta de 3,5%, com tolerância de 1,5 p.p para cima e para baixo. Para 2023 o banco projeta uma inflação em 3,1% abaixo do teto de 3,25%.

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