Lançamentos imobiliários crescem 43% em 12 meses na cidade de São Paulo
Apesar das tendências macroeconômicas desfavoráveis, as vendas das construtoras no segmento de média e alta renda não mostraram sinais de desaceleração
06/02/2025
Os resultados sólidos no segmento de baixa renda foram impulsionados por uma robusta atividade de lançamentos | Foto: Getty Images
A Associação de Habitação de São Paulo (Secovi-SP) divulgou os dados de mercado de dezembro (Secovi). Os lançamentos imobiliários na cidade totalizaram 13,5 mil unidades, com crescimento de 28% na comparação anual. Foram 104,4 mil unidades lançadas nos últimos 12 meses, 43% acima do mesmo período do ano anterior.
As vendas líquidas totalizaram 8,4 mil unidades, 21% acima do ano anterior. Foram 103,3 mil unidades vendidas nos últimos 12 meses, 36% de crescimento sobre o período anterior, o que equivale a R$ 54 bilhões em valor geral de vendas (VGV), 15% a mais que no ano anterior.
Saiba mais
- Carteira Top 10 BDRs troca JP Morgan por Goldman Sachs
- Carteira administrada indexada ao dólar: potencial cambial e gestão ativa
- Como operar na bolsa de valores com a segurança da Safra Corretora
Como resultado, apesar da maior sazonalidade, a taxa de velocidade de vendas mensal da cidade ficou em sólidos 12,2% (-2,0pps m/m e +2,5pps a/a), segundo a análise do Banco Safra. O resultado impulsionou a taxa de velocidade de ventas dos últimos 12 meses de São Paulo para 63%, o que, por sua vez, implica em um estoque saudável de 7,0 meses de vendas (de 10,2 meses em dezembro de 2023).
Construtoras de baixa renda registram atividade robusta
Os resultados sólidos no segmento de baixa renda foram impulsionados por uma robusta atividade de lançamentos, na avaliação dos especialistas do Banco safra.
Os lançamentos no segmento mantiveram o forte momento dos trimestres anteriores, atingindo 8,1 mil unidades (+1% m/m e +52% a/a), o segundo mês mais forte do ano (atrás apenas das 9,1 mil unidades lançadas em junho).
Por outro lado, as vendas líquidas caíram 17% em uma base mensal para 4,4 mil unidades (+37% a/a), levando a uma taxa de SoS mais suave de 11,9% (-3,5pps m/m e +0,4pps a/a).
No entanto, o estoque no segmento ainda está em um saudável 6,8 meses de vendas (de 8,3 meses em dezembro de 2023), apesar da robusta atividade de lançamentos em 2024 (os lançamentos do MCMV cresceram 79% a/a no LTM), representando 54% do estoque total na cidade (de 38% em dezembro de 2023).
Apesar das tendências macroeconômicas desfavoráveis, as vendas no segmento de média/alta renda não mostraram sinais de desaceleração. Os lançamentos e vendas no segmento totalizaram 5,4 mil unidades (+11% m/m e +4% a/a) e 4,0 mil unidades (estável m/m e +7% a/a), respectivamente, impulsionando uma sólida taxa de SoS de 12,6% no segmento em dezembro (-0,2pps m/m e +3,9pps a/a).
Unidades acima de R$2,1 milhões registraram o pior desempenho de vendas, com uma taxa de SoS mensal mais suave de 6,6% (4,2pps m/m e -2,4pps a/a), também refletindo a maior sazonalidade de dezembro no segmento de luxo.
Enquanto isso, apesar da deterioração das perspectivas macroeconômicas com o aumento das taxas de juros, o estoque no nicho de média/alta renda terminou 2024 em saudáveis 7,3 meses de vendas no LTM (de 11,9 meses em dezembro de 2023).
Perspectivas para os lançamentos imobiliários 2025
O presidente da Secovi, Ely Wertheim, e o economista-chefe, Celso Petrucci, esperam que a cidade de São Paulo continue apresentando sólidos resultados operacionais em 2025, apoiados por uma forte demanda de vendas e baixos níveis de estoque.
Em relação às taxas de hipoteca, espera-se que alcancem ~11%–12% em 2025, de uma média de 10% em 2024 (observamos que a faixa de ~11%12% corresponde à taxa média de 60 anos aplicada pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE)).
Os executivos também compartilharam algumas preocupações relacionadas às taxas de juros sobre empréstimos para construção, que já aumentaram significativamente em janeiro.
Finalmente, compartilharam as projeções de lançamentos e vendas da Secovi para o ano, com crescimento nas vendas sob o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) esperado para aumentar de 0%–5% (ainda limitado pelo orçamento do FGTS), enquanto o crescimento das vendas no nicho de média/alta renda deve variar entre -5% e 5%.

