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Leilão deve garantir investimentos de R$ 6,6 bilhões

Operadores de rodovias com pedágio e o impacto potencial do leilão da Rota dos Cristais (BR-040), de 595 km entre Cristalina e Belo Horizonte, em Goiás e Minas Gerais

Rodovia

Banco Safra acredita que os operadores de rodovias CCR e Ecorodovias devem manter postura conservadora nos próximos leilões, como o da Rota dos Cristais | Foto: Getty Images

O leilão da rodovia Rota dos Cristais está programado para o dia 26 de setembro. O trecho da rodovia BR-040 a ser leiloado tem 595 km e liga as cidades de Cristalina e Belo Horizonte, abrangendo os estados de Goiás e Minas Gerais.

A concessão tem um prazo total de 30 anos e uma estimativa da TIR do projeto (real e sem alavancagem) de 9,21%. O projeto
prevê investimentos de R$ 6,6 bilhões (58% sendo executados do ano 1 ao 7) e despesas operacionais de R$ 5,6 bilhões.

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O vencedor do leilão será o licitante que oferecer o maior desconto tarifário. No passado, o trecho fazia parte de uma concessão de 937 km de rodovia operada pelo Grupo Invepar (Via 040), que solicitou a devolução desta concessão ao governo federal devido ao volume de tráfego decepcionante, que foi menor do que o previsto.

Para o novo projeto da Rota dos Cristais, o governo reduziu o investimento em obras de duplicação para 10 km (vs. 530km nos projetos anteriores, enquanto aumentou significativamente os pedágios projetados.

Por outro lado, o novo projeto prevê pistas adicionais em 168km e uma terceira pista em 174km (vs. 0km no projeto anterior). Além disso, este projeto foi incluído na quinta rodada de leilões rodoviários federais, em que o governo pretende promover contratos com menores riscos de execução, compartilhando-os com a autoridade adjudicadora (por exemplo, tráfego, custos de insumos, mudança de FX, expropriação, etc.).

Com base nas estimativas do governo e assumindo que não haverá descontos nos pedágios, o Safra prevê que o BR-040 gerará um valor presente líquido (VPL) de R$198 milhões, com uma TIR alavancada real de 14,6%.

O Banco Safra calcula o VPL do projeto assumindo:

  • (i) custo de dívida do IPCA+7%;
  • (ii) emissão de dívida para financiar 60% dos investimentos durante o ciclo de investimento do projeto (seus primeiros 7 anos); e
  • (iii) custo de capital próprio de 10,4% em termos reais. Realizamos uma análise de sensibilidade para simular os impactos potenciais das mudanças em nossas hipóteses e seus efeitos sobre o VPL e TIR projetados.

Avaliação do Banco Safra

O Safra acredita que os operadores de rodovias listadas sob nossa cobertura (CCR e Ecorodovias) devem manter sua
postura conservadora ao participar dos próximos leilões, como o da Rota dos Cristais.

Tendo em conta a estrutura de capital alavancado dessas empresas e o vasto pipeline de projetos que chegarão ao mercado nos próximos meses, as empresas provavelmente serão mais seletivas.

Assumindo um VPL estimado de R$198 milhões, a Rota dos Cristais representaria apenas 0,8% do valor de mercado da CCR, ou R$0,1/ação.

Para a Ecorodovias, o mesmo VPL representaria 3,8% do valor de mercado da empresa, ou R$ 0,28/ação. Com base nas estimativas, o projeto geraria valor para a CCR assumindo um desconto máximo de 4,9%, que suportaria uma TIR semelhante à do portfólio atual da CCR, enquanto para a Ecorodovias o desconto máximo para produzir uma TIR similar à sua carteira seria 3,5%.

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