Análise do impacto do Leilão da Rota Sorocabana
Com extensão de 461 km, Rota Sorocabana tem trechos de rodovias da ViaOeste e conexões entre São Paulo, Sorocaba, Vale do Ribeira e região oeste do Estado
23/10/2024O Banco Safra divulgou projeções para o leilão da rodovia Rota Sorocabana, que ocorrerá no dia 30 de outubro, com entrega dos envelopes prevista para 25 de outubro. Com uma extensão de 461 km, o projeto Rota Sorocabana é composto por trechos de rodovias gerenciados pela atual concessionária ViaOeste (121km) e outras rodovias sob administração pública (340km), incluindo as conexões entre São Paulo, Sorocaba, Vale do Ribeira e região oeste do Estado de São Paulo, englobando as rodovias SP-270 (Rodovia Raposo Tavares), SP-280 (Rodovia Presidente Castelo Branco), entre outras.
A concessão tem um prazo total de 30 anos e uma estimativa de TIR do projeto (real e não alavancado) de 9,41%. Em poucas palavras, o projeto prevê capex de R$ 8,8 bilhões (63% sendo executado do ano 1 ao ano 8) e despesas operacionais de R$ 7,5 bilhões.
O vencedor do leilão será o licitante que oferecer o maior pagamento antecipado (taxa de concessão). O Safra ressalta que:
- (i) 80% da receita esperada deve vir de praças de pedágio já existentes, da concessão ViaOeste;
- (ii) o projeto prevê a adoção do sistema Free Flow, com um mecanismo para compartilhamento do risco de evasão (ARTESP deve compensar 95% da perda de receita, desde que o concessionário identifique o veículo). O concessionário começará a cobrar em praças de pedágio existentes no primeiro ano, e a operar novas praças em trechos públicos no segundo ano, e fará a transição de todos os postos de pedágio existentes para novos pórticos no terceiro e quarto anos da concessão, adicionando alguns novos; e
- (iii) o risco de demanda negativa é totalmente protegido pela autoridade adjudicadora através do mecanismo de compartilhamento de receitas.
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Com base nas estimativas do governo e assumindo o pagamento mínimo exigido da taxa de concessão de R$ 5 milhões, prevemos que a Rota Sorocabana gere um valor atual líquido (VNA) de R$ 372 milhões, com uma TIR alavancada real de 14,3%.
O Safra calcula o valor presente líquido (VPL) do projeto assumindo:
- (i) custo da dívida do IPCA+7%;
- (ii) emissão de dívida para financiar 60% dos capex durante o ciclo de investimento do projeto; e
- (iii) custo do capital próprio de 10,2% em termos reais.
O Safra realizou uma análise de sensibilidade para simular os impactos potenciais das mudanças nas hipóteses e seus efeitos sobre o NPV e TIR projetados.
Avaliação do Safra sobre o leilão da Rota Sorocabana
O Safra acredita que os operadores de rodovias pedagiadas listadas sob sua cobertura (CCR e Ecorodovias) devem manter sua abordagem conservadora ao participar dos próximos leilões, como o da Rota Sorocabana.
Considerando a estrutura de capital alavancado dessas empresas e o vasto pipeline de projetos que chegarão ao mercado nos próximos meses, as empresas provavelmente serão mais seletivas.
Assumindo o VPL (valor presente líquido) estimado de R$ 372 milhões, a Rota Sorocabana representaria 1,5% da capitalização de mercado do CCR, ou R$0,18/ação.
Para a Ecorodovias, o mesmo VPL representaria 7,7% do valor de mercado da empresa, ou R$ 0,53/ação.
Com base nas estimativas do Safra, o projeto seria gerador de valor para a CCR assumindo uma taxa máxima de concessão fixa de R$ 230 milhões, que suportaria uma taxa interna de retorno (TIR) semelhante à do portfólio atual da CCR, enquanto para a Ecorodovias a taxa máxima de concessão semelhante à de sua carteira seria de R$170 milhões.