Os 10 mandamentos dos investimentos ESG

Os princípios de sustentabilidade ambiental, social e de governança já se consolidaram como os norteadores dos investimentos para as próximas décadas. Eles são conhecidos pela sigla ESG, do inglês Environmental, Social and Governance.

Para ajudar empresas e investidores a seguirem essas diretrizes, o head de investimentos sustentáveis do banco J. Safra Sarasin, Sasja Beslik, divulgou um artigo com os 10 mandamentos dos investimentos ESG.

O executivo tem mais de 20 anos de experiência em aplicações de cunho sustentável.

Prevenção ao mal uso do conceito ESG

De acordo com Beslik, os princípios sustentáveis no mundo empresarial decolaram de vez nos últimos três anos, embora venham ganhando espaço desde o início da última década.

O especialista pontua que essa capilaridade traz consigo uma demanda cada vez maior por informações confiáveis sobre o uso do conceito ESG.

Segundo o autor, os objetivos sustentáveis podem acabar sendo diluídos “por enormes esforços de marketing dentro e fora do setor financeiro”, acobertando práticas predatórias de negócios – o chamado greenwashing.

10 mandamentos dos investimentos ESG

1. Acima de tudo, é sobre as pessoas e o planeta
   Para Sasja Beslik, a principal pergunta a se fazer é se os investimentos contribuem para um mundo mais sustentável no futuro. No setor financeiro, as decisões das empresas para investir devem levar em consideração as motivações e a confiança dos clientes.
   
   
2. Alocar esforços e recursos significativos
   Saber como integrar o conceito ESG aos investimentos exige dedicação individual e muita busca por conhecimento. As modalidades de investimento tradicionais não vêm com um manual de instruções sobre aplicação de conceitos sustentáveis.
   
   
3. Ter paciência
   O mandamento é simples: ser paciente. Investimentos ESG são de médio e longo prazo. A maioria dos resultados positivos para a sociedade e o reflexo financeiro levam tempo para serem alcançados.
   
   
4. Será doloroso
   Reformar modelos de negócios tradicionais não é fácil. A mudança em qualquer forma sempre atrai atritos e, muitas vezes, encontra resistência. Por isso, a empresa e o investidor devem estar cientes que não será o processo simples.
   
   
5. Ter consistência
   As corporações e os investidores devem manter um fluxo de capital consistente destinados às questões ESG. Não adianta “dar com uma mão e tirar com outra”, apostando em soluções sustentáveis e em outra inversamente proporcionais.
   
   
6. O investidor será perdoado
   Ao buscar investir no conceito ESG, empresas e investidores abrem espaço para mudar e evoluir seus próprios valores, enquanto veem o processo sustentável acontecer.
   
   
7. Lembrar do “S” e do “G”
   O lado ambiental, representado pela letra “E”, é o que ajuda a mitigar as mudanças climáticas e o futuro natural da Terra. No entanto, Beslik lembra que a ausência do apoio a causas sociais (“S”) e melhoria da governança corporativa (“G”), a sociedade não evoluirá. E no final, novas consequências serão geradas ao meio ambiente.
   
   
8. Ir além dos dados
   Visualizar os dados é importante, mas todo e qualquer investidor deve ir além e analisar o que está sendo concretizado, colocado em prática e gerando resultados reais.
   
   
9. Entender os limites
   É possível melhorar o mundo por meio dos investimentos ESG, mas não tudo. Segundo Beslik, há setores que são extremamente difíceis de mudar e que, provavelmente, não sofrerão mudanças motivadas pela setor financeiro.
   
   
10. Foco nos resultados
    O especialista orienta que empresas e investidores devem ser orientados por objetivos tangíveis. Logo, histórias com objetivos fora da realidade devem ser descartadas como modelo.

O artigo na íntegra de Sasja Beslik está disponível para leitura, em inglês, por este link.