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Máscara é vital mesmo para vacinados e para quem já teve covid

Proteção é importante para a coletividade, enquanto a vacinação não avança e a imunidade de rebanho não é alcançada

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Importância da máscara já foi provada pela ciência e é defendida por especialistas, que destacam o risco imposto pela alta transmissão da doença no Brasil | Foto: Getty Images

O uso de máscaras é necessário mesmo para aqueles que já foram vacinados contra a covid-19 e para quem já teve a doença e se recuperou.

Essa necessidade já foi provada cientificamente e é defendida por especialistas, que destacam o risco imposto pela alta transmissão da doença no País.

Em países onde a vacinação está adiantada, como nos Estados Unidos, as pessoas já podem circular sem máscaras, mas os brasileiros ainda estão distantes dessa liberdade, pois apenas 11% da população está totalmente imunizada.

“Quem já teve a doença, está provado, pode ter a doença novamente. O tipo de imunidade conferida por ter a doença não é a mesma obtida pela vacina”, afirma o sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Proteção facial é fundamental no cenário de UTIs lotadas

“No cenário que a gente tem no Brasil, com a transmissão descontrolada, leitos de UTI lotados, iminência de uma terceira onda e porcentagem muito baixa de pessoas vacinadas, é fundamental que a gente reforce e redobre a atenção nas máscaras fornecendo itens de melhor qualidade”, diz Vitor Mori, membro do Observatório Covid-19 BR.

Ele avalia que o uso da proteção facial foi tratado no Brasil como uma questão secundária e sem a devida atenção desde o início da pandemia.

O pesquisador reitera que não é porque alguém está vacinado que tem o passe livre. “É claro que a vacina funciona, a vacina é uma ferramenta importante, mas ela depende de ter muita gente vacinada para controlar a transmissão”, destaca Mori.

O epidemiologista Pedro Hallal explica que a vacinação tem dois objetivos: a proteção individual e a proteção coletiva. “O uso de máscara pelos já vacinados mira na proteção coletiva, porque as vacinas previnem contra infecção e casos graves.

Mas não, na mesma medida, contra a transmissão. Então, se os vacinados não usarem máscara, eles podem contribuir para a disseminação do vírus. Essa é a questão central”, comenta.

De acordo com o epidemiologista, o abandono do uso das máscaras só pode ocorrer quando a população estiver perto de alcançar a imunidade de rebanho. Ou seja, quando cerca de 70% da população tiver anticorpos.

“Aqui, no Brasil, a estimativa é que nós não tenhamos nem 30% com anticorpos. Então, estamos muito longe ainda”, diz.

No Brasil, apenas 11,11% da população recebeu imunização completa.

A importância do uso de máscaras pela população

O uso de máscara facial, incluindo as de tecido, é fortemente recomendado para toda a população em ambientes coletivos, em especial no transporte público e em eventos e reuniões, como forma de proteção individual, reduzindo o risco potencial de exposição do vírus especialmente de indivíduos assintomáticos. A recomendação é do Ministério da Saúde e de todos os especialistas respeitados da área médica.

As máscaras não devem ser usadas por crianças menores de 2 anos ou pessoas que tenham dificuldade para respirar, estejam inconscientes, incapacitadas ou que tenham dificuldade de remover a máscara sem ajuda.

Recomenda-se lavar as mãos antes de colocar a máscara, colocando-a sobre o nariz e a boca, prendendo-a sob o queixo.

A pessoa deve ajustar a máscara confortavelmente pelas laterais do rosto, e certificar-se que consegue respirar normalmente.

As máscaras não devem ser colocadas em volta do pescoço ou na testa, e ao tocá-la, deve-se lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel 70% para desinfecção.

Para pessoas sintomáticas recomenda-se o uso de máscaras cirúrgicas como controle da fonte.

Uso de máscaras em serviços de saúde

O uso universal de máscaras em serviços de saúde deve ser uma exigência para todos os trabalhadores da saúde e por qualquer pessoa dentro de unidades de saúde, independente das atividades realizadas, segundo o Ministério da Saúde.

Todos os trabalhadores da saúde e cuidadores que atuam em áreas clínicas devem utilizar máscaras cirúrgicas de modo contínuo durante toda a atividade de rotina.

Em locais de assistência a pacientes com covid-19 em que são realizados procedimentos geradores de aerossóis, recomenda-se que os profissionais da saúde usem máscaras de proteção respiratória (padrão N95 ou PFF2 ou PFF3, ou equivalente), bem como demais equipamentos de proteção individual.

Uso de máscaras pelas crianças

A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), da Academia Americana de Pediatria (AAP) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) é que crianças menores de 2 anos não usem máscaras, pois existe o risco de sufocação.

Neste sentido, a pediatra e infectologista do Ambulatório de Crianças e Adolescentes do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Alessandra Marins Pala, orienta pais e responsáveis sobre os riscos e benefícios da utilização das máscaras nos menores de cinco anos, como elas devem ser higienizadas, os tecidos mais seguros para a sua confecção, e a importância da supervisão de um adulto nesse processo de adaptação, colocação e retirada nos pequenos.

A princípio, o uso é para todos os maiores de dois anos, com exceção das crianças que usam chupetas. O acessório deve ser utilizado nas idas às consultas pediátricas e em locais onde há circulação de pessoas, lembrando que deve ser usado com cuidado e sob a supervisão de um adulto.

O ideal é que as crianças e os adolescentes fiquem em casa, evitando ambientes como: supermercados, farmácias entre outros em que haja trânsito de pessoas.

Como as crianças costumam passar as mãos em vários objetos e as levam aos olhos, boca e nariz, é importante ensiná-las a não tocar essas regiões sem a devida higienização das mãos. (Com AE e informações do Ministério da Saúde e Fiocruz)

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