Os melhores títulos para investir em crédito privado

A carteira recomendada de crédito privado do Banco Safra para julho contém 3 novos papéis: as debêntures de Unidas (LCAMD3), Rumo (RUMOB3) e São Simão Energia (UHSM12). O banco retirou da carteira o CRI de Havan, o CRA de Cerradinho Bioenergia e a debênture de CCR, devido à baixa liquidez para distribuição desses ativos.

A composição da carteira ficou da seguinte maneira: CRA de Marfrig (2026) e as debêntures da VLI Multimodal (2028), Unidas (2029), Rumo (2029) e São Simão Energia (2036).

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Quanto à exposição setorial, o Safra manteve uma carteira diversificada e exposta aos setores de proteína animal, locação de veículos, elétrico e transporte ferroviário.

Os nomes indicados na carteira possuem bom perfil de crédito e solidez operacional, características importantes em um cenário marcado por inflação e juros alto. Alguns setores podem ser mais diretamente afetados, porém o Safra acredita na boa resiliência das companhias recomendadas para a carteira.

Quanto ao mercado de crédito privado, o Safra vê uma demanda aquecida, puxada pelos de fundos de renda fixa, que contam a seu favor a migração de capital da renda variável para a renda fixa, e pela busca por ativos menos voláteis por parte dos investidores pessoa física.

No lado da oferta, o volume de emissão manteve-se acima do esperado, isto é, as companhias continuam realizando emissões mesmo com o custo da dívida aumentando por conta da alta no juro básico.

Visão macroeconômica que fundamenta a carteira de crédito privado

No início de junho o IBGE divulgou o PIB do primeiro trimestre de 2022, mostrando um início de ano mais aquecido do que o esperado, principalmente em serviços, cujo crescimento foi de 1,0%. Entretanto, o avanço em serviços é reflexo de uma retomada de atividades reprimidas devido aos efeitos da pandemia, a exemplo de viagens aéreas e transporte de passageiros.

Com relação ao mês de abril, nota-se um arrefecimento no ritmo de crescimento, de acordo com os indicadores de alta frequência. Em serviços, a variação foi de +0,2% (abril vs. março), abaixo das expectativas de mercado, e puxado pelos serviços prestados às famílias, que continua abaixo do nível pré-pandemia.

O setor de varejo teve aumento de 0,7% na comparação mensal, contudo o seu desempenho ao longo do ano deve ser prejudicado pelos efeitos inflacionários e aperto monetário, somado ao nível de endividamento das famílias. Quanto à indústria de transformação, o avanço foi de apenas 0,1%, favorecido pelo grupo de eletricidade, gás e saneamento, mas impactado negativamente pela indústria extrativista, devido, segundo o IBGE, à menor produção de minério de ferro.

Mercado de Crédito Privado

Mesmo com os efeitos da alta da Selic no serviço da dívida das companhias, o volume de emissões de debêntures em 2022 continua forte, beneficiado por uma demanda de mercado, isto é, uma Selic em patamares elevados puxa o fluxo de investimentos da renda variável para renda fixa.

Nos 5 meses de 2022, o volume de emissão ultrapassou R$ 106 bilhões, frente a quase R$ 80,0 bilhões em 2021. Interessante notar que nos EUA o volume de corporate bonds vendidos caiu em 30% nos 5 meses de 2022.

No mercado secundário, o volume negociado em junho atingiu R$35,3 bilhões (vs. R$ 33,0 bilhões em maio), sendo que 27% deste total se referem a debêntures incentivadas.

Diante da alta volatilidade no mercado de ações, o investidor varejo opta por ativos de renda fixa, beneficiando a demanda por títulos incentivados. No curto prazo, o Banco Safra vê forte fechamento do spread médio em relação à NTN-B, enquanto no médio e longo prazo há mais estabilidade.