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Mendelics projeta potencial ‘explosivo’ na biotecnologia

David Schlesinger explica como os avanços ajudam a dar rapidez a diagnósticos de doenças raras e a diminuir custos de exames

Future 10 com Jorge Sá e David Schlesinger, da Mendelics

Conversa com o CEO da Mendelics foi a primeira do “Future 10: Biotecnologia & Saúde”, evento promovido pelo Safra | Foto: Reprodução

O primeiro dia do evento “Future 10: Biotecnologia & Saúde”, realizado pelo Banco Safra, recebeu o o cofundador e CEO da Mendelics, David Schlesinger.

A conversa mediada pelo estrategista de investimentos do Safra, Jorge Sá, teve como tema “os impactos do mapeamento genético nos próximos 10 anos e o tratamento de doenças graves”.

Mercado avaliado globalmente em US$ 750 bilhões de dólares, a área de biotecnologia deve ter um boom, nas próximas décadas, principalmente na saúde, segundo Schlesinger.

Isso, de acordo com o especialista, ajudará a ciência a tratar melhor e de forma mais específica doenças consideradas raras e de difícil tratamento.

“A gente vai ver uma explosão de biotecnologia, em avanço de genômica e processos moleculares dentro dos próximos dez, 20 anos. Do jeito que o câncer era uma sentença de morte há 20, 30 anos e hoje é uma doença crônica, veremos no futuro doenças raras virando crônicas também.”

Benefícios da biotecnologia na saúde

A biotecnologia aplicada à saúde utiliza algoritmos para otimizar a leitura de dados biológicos coletados em exames com mais rapidez e precisão.

No caso Mendelics, a biotecnologia ajuda no sequenciamento genético de um paciente, ajudando a descobrir alterações genéticas raras e indicando o melhor tratamento

Segundo Schlesinger, algoritmos de sequenciamento de genomas ajudaram a subir a taxa de identificação de doenças raras, que era de 5% a 10%, para até 50%, além de deixar o procedimento mais acessível

“A gente começou com US$ 6 mil o custo do exame. Hoje, falamos de centenas de dólares para fazer o diagnóstico de uma doença rara”.

Investimento

No entanto, para que a biotecnologia aconteça e beneficie efetivamente a área da saúde com rapidez e redução de custos, Schlesinger pontua que a necessidade de captação de recursos para se investir ainda é muito alta.

Ele usa o exemplo das vacinas contra a covid-19, desenvolvidas em todo o mundo em tempo recorde devido ao “incentivo muito claro, não só pelas vidas, mas o financeiro”.

“A gente tinha pouco desenvolvimento de vacinas no mundo porque era uma briga incerta para as empresas. Foram compradas muitas doses antes de elas funcionarem e isso fez com que muito mais empresas tentassem desenvolver uma vacina. Por isso tantas funcionaram”.

Mesmo que o avanço para combater a pandemia tenha sido pela via financeira, Schlesinger acredita que empresas e governos perceberam que vale a pena investir nas vacinas para mirar doenças infecciosas que ainda afetam a população mundial, como a malária.

“Para os próximos dez anos, todas essas tecnologias vão ser aplicadas em doenças infecciosas que matam muito. Acho que vimos um caminho das pedras. As doenças infecciosas estão na mira da indústria farmacêutica e dos governos”.

Próximo encontro

Nesta quinta-feira, 25, no mesmo horário, o Future 10: Biotecnologia & Saúde recebe Ricardo di Lazzaro Filho, cofundador do laboratório Genera. O tema será “a biotecnologia e o futuro da medicina personalizada”.

A Genera é um laboratório especializado em testes de ancestralidade e saúde personalizada.

Para acompanhar a conversa com di Lazzaro basta se inscrever gratuitamente pela página de eventos do Banco Safra.

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