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Mercado de carbono supera 20% das emissões globais

Relatório do Banco Mundial mostra que o comércio regulamentado de crédito de carbono gerou US$ 53 bilhões em receitas em 2020

Foto de fábrica no início da noite com chaminés em destaque, em alusão às emissões e créditos de carbono

Mais de 850 empresas em todo o mundo utilizam os créditos de carbono na estratégia de governança corporativa | Foto: Getty Images

Relatório do Banco Mundial mostra que os mercados de crédito de carbono já cobrem mais de 20% das emissões globais. Ao todo, foram mapeados 64 ambientes regulados do ativo.

Em 2020, esses mercados geraram um total de US$ 53 bilhões (R$ 273,7 bilhões) em receitas em todo o mundo.

De acordo com o órgão, esse volume de receitas a partir dos gás vilão do efeito estufa cresceu 17% em relação a 2019.

A abrangência de 21,5% dos mercados sobre as emissões de carbono comprova o maior interesse de países e corporações no tema sustentável.

“É encorajador ver como governos e empresas estão integrando a precificação do carbono em suas estratégias climáticas”, diz em nota Bernice Van Bronkhorst, diretora global para Mudanças Climáticas do Banco Mundial.

Protagonistas nos mercados de crédito de carbono

Segundo o Banco Mundial, o mercado de crédito de carbono mundial é impulsionado principalmente pela União Europeia (UE).

Por lá, o bloco lança mão de um programa que precifica licenças de carbono, limitando assim o número que cada país pode realizar.

Caso um dos países-membros exceda seu próprio limite, deve pagar por licenças adicionais. O valor dessas licenças aumentou no último ano, diz o Banco Mundial.

Saiba mais

A pesquisa também aponta que os sistemas de comércio de crédito de carbono existentes na Europa se mostraram resilientes à crise econômica gerada pela pandemia de covid-19 – o que ajudou no aumento de receitas.

Outro destaque do relatório é o início da operação do Sistema Comércio de Emissões (ETS) da China em janeiro deste ano

Os principais destaques do relatório incluem o lançamento operacional do Sistema Nacional de Comércio de Emissões (ETS) da China, que se tornou o maior mercado do ativo no planeta.

A nível corporativo, mais de 850 empresas – 20% a mais do que em 2019 – utilizam os preços dos créditos de carbono como componente de sua estratégia de governança corporativa.

Essa ação está em linha com os aspectos sustentáveis ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês), que se tornaram essenciais nos negócios e até na escolha de novos líderes.

Criação de mercados em outros países

Entre 2019 e 2020, o Banco Mundial mapeou a criação de sete instrumentos de precificação em seis países. São eles:

  1. ETS de carbono da China
  2. ETS de carbono do Reino Unido
  3. ETS de carbono da Alemanha
  4. Imposto sobre o carbono da Holanda
  5. Imposto sobre o carbono de Luxemburgo
  6. Impostos estaduais sobre carbono de Tamaulipas e Baja California (México)

O Brasil aparece de forma tímida no relatório do Banco Mundial, sendo classificado como um território onde o mercado de crédito de carbono está sob consideração.

Para a entidade, há um enorme potencial a ser explorado por meio da precificação de emissões de carbono, principalmente como ferramenta de desenvolvimento social – o que pode ser útil ao País.

“Se implementadas com cuidado, essas políticas também podem ser redirecionadas para apoiar comunidades de baixa renda, obtendo recursos para aqueles que mais precisam”, afirma em nota a diretora de Mudanças Climáticas do Banco Mundial.

O estudo completo sobre os mercados de crédito do carbono no mundo está disponível, em inglês, neste link.

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