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As ações com maior potencial de alta no fim do ciclo de aperto dos juros

Com proximidade do fim do ciclo de alta dos juros, ações ligadas ao mercado doméstico ou de empresas menores ganham potencial de valorização

Mãos com caneta apontando para tela touch de mercado financeiro

Forte ingresso de capital estrangeiro na bolsa impulsionou papéis das grandes empresas como os Bancos, Vale e Petrobras | Foto: Getty Images

Apesar dos riscos de curto prazo, o Banco Safra avalia que pode estar próximo o ponto de inflexão para o mercado de ações. Desde o início do ano, o Ibovespa apresenta valorização próxima de 7% e acumula desempenho de destaque perante as principais bolsas ao redor do mundo.

Três fatores ajudam a explicar o movimento do Ibovespa

  • Um forte desconto (múltiplo Preço/Lucro 2022e de 6,9x);
  • A alta exposição a commodities (cerca de 40% do Ibovespa é composto por ações de empresas ligadas aos setores de Alimentos & Bebidas, Petróleo & Gás, Siderurgia & Mineração e Papel & Celulose) e
  • A guerra da Rússia na Ucrânia (impulsionando o fluxo de recursos destinados a emergentes para o nosso mercado).

O preço das commodities em alta continua gerando revisões para cima nas estimativas de lucro de empresas que possuem participação relevante no índice Ibovespa (como Petrobras e Vale) e, por consequência, as estimativas de lucro por ação estão em patamares 50% superiores aos vistos no início do ano passado. Isso tem sustentado o valuation de nossa bolsa em patamares extremamente atrativos (6,9x P/L 2022e um desconto de 38% para a média histórica de 10 anos, de 11,15x).

Evolução das estimativas de Lucro Por Ação do Ibovespa para 2023

O forte ingresso de capital estrangeiro na Bolsa neste ano (R$ 48,7 bilhões) impulsionou papéis das grandes empresas como dos bancos, Vale e Petrobras, que além de possuírem maior liquidez e oferecerem uma maior porta de entrada são empresas de valor (negociam a múltiplos mais baixos) e que estavam de alguma forma se beneficiando do atual cenário (juros mais altos ou preços de commodities).

Por outro lado, papéis mais ligados à economia doméstica ou de empresas menores e que possuem um crescimento potencial mais alto, sofreram, pois são mais sensíveis aos ajustes de juros. Adicionalmente, esses papéis não receberam a avalanche de recursos estrangeiros, enquanto enfrentaram apenas o movimento de desmonte de posição dos investidores locais, que foram em direção à renda fixa. Tal movimento fica evidenciado pelo gráfico abaixo, que compara a performance do Ibovespa (maior participação de papéis de commodities, grandes bancos, etc) com o desempenho do índice de Small Caps (Varejo, Tecnologia e empresas menores em geral).

Desempenho do Ibovespa versus Índice de Small Caps no acumulado do ano

Olhando para múltiplos de negociação, quando comparamos o múltiplo Preço/Lucro dos índices Small Caps versus o Ibovespa, podemos notar que a exposição às grandes empresas ainda pode estar favorável por valuation. O forte aumento no preço das commodities seguido por um ajuste para cima nas estimativas de lucro por ação dessas empresas colocou o valuation do Ibovespa num patamar bastante atrativo. Vemos o Small Cap negociando a 14,6x P/L 2022e (um desconto de cerca de 14% para a média histórica de dez anos), enquanto o Ibovespa está negociando a 6,9x o P/L 2022e (um desconto de 38% para sua média histórica de dez anos).

Preço/Lucro – Small Caps vs Ibovespa

Saiba mais:

Safra tem visão positiva para o mercado de ações e projeta 133 mil pontos no Ibovespa até dezembro

O Banco Safra segue com uma visão positiva para o índice de ações brasileiro e estima um preço-alvo de 133 mil pontos para o final de 2022, o que representa uma valorização potencial de cerca de 18% sobre os níveis atuais.

Enquanto os fatores como valuation baixo e exposição elevada a empresas de commodities e valor poderiam continuar favorecendo o desempenho da nossa bolsa, estamos nos aproximando do fim do ciclo de alta de juros: talvez teremos mais uma ou duas altas pela frente.

Normalmente, os movimentos de ajuste para cima na taxa Selic são acompanhados por correções de preços na bolsa e isso aconteceu em 2008, 2010, 2015 e em 2021 (conforme gráfico abaixo). O mais interessante e que vale mencionarmos é que não necessariamente os juros precisam começar a cair para o Ibovespa reverter a tendência negativa, basta o Banco Central parar de subir os juros e o mercado já poderia começar a reagir: isso também foi visto em 2008, 2010 e 2015. Será que veremos a história se repetir dessa vez? Apesar dos riscos de curto prazo (eleições, aperto monetário nos EUA, Guerra, etc), o Safra avalia que sim.

Ibovespa versus Alterações na Taxa Selic desde 2008

O Safra segue preferindo histórias de “Valor” versus “Crescimento” considerando o aperto monetário nos EUA e a potencial correção de preços que isso poderia gerar sobre setores como Tecnologia e E-commerce por aqui. Por ora, empresas que negociam a múltiplos mais baixos e tem a maior parte da geração de resultados e fluxo de caixa no curto prazo devem defender melhor um portfólio.

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