Mercado imobiliário tem boas oportunidades de investimento, apesar dos juros

Apesar dos juros altos, o mercado imobiliário vem apresentando boas alternativas para os investidores, tanto na renda fixa quanto na variável. Os especialistas Rafael Rehder e Cauê Pinheiro, do Banco Safra, destacam as melhores opções em entrevista no programa Visão de Especialista, disponível no canal do banco Safra no Youtube.

Segundo Rafael Rehder, mesmo as construtoras que atuam no mercado de alta e média renda, mais afetado pelos juros altos, estão apresentando bom desempenho, com nível de estoque baixo. Ele explica que os estoques estão no nível mais baixo desde junho de 2021, quando a taxa de juros imobiliários estava perto da mínima histórica. Isso favorece novos lançamentos e planos de expansão.

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“O cenário é muito positivo para o setor, pois indica que as empresas podem ampliar o número de lançamentos e as vendas podem manter patamares saudáveis e garantir bons resultados”, comenta Rehder.

Já o setor de baixa renda se destaca graças ao programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, que tem juros fixos subsidiados e não é afetado pelo elevado patamar da taxa Selic (taxa básica de juros fixada pelo Banco Central).

“O governo promoveu várias melhorias, aumentou o prazo dos financiamentos e elevou o teto máximo do programa para R$ 350 mil. Isso impulsionou os lançamentos, que cresceram de 30% a 40% no último ano, e as vendas também acompanharam esse crescimento”, explica Rafael Rehder. Neste cenário, os balanços das empresas estão vindo com resultados muito fortes, o que se reflete na valorização das ações.

No cenário atual de manutenção dos juros mais altos por mais tempo, as empresas que atuam no segmento de baixa renda tendem a ter melhores resultados, diz o especialista.

Opções para investir no mercado imobiliário

Cauê Pinheiro cita exemplos de produtos financeiros para quem quer investir no mercado imobiliário sem comprar imóveis. Ele destaca as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que são papéis lastreados em empréstimos imobiliários. Neste caso, o investidor tem isenção de imposto de renda e o investimento é garantido até R$ 250 mil pelo Fundo Garantidor de Crédito. O risco é atrelado às instituições financeiras que emitiram os títulos.

Outra modalidade na renda fixa são os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), títulos que oferecem o direito de crédito ao investidor. São títulos remunerados por juros (a empresa emissora antecipa recebíveis em troca de juros).

Na renda variável, Cauê cita duas formas de exposição ao setor imobiliário: a primeira e mais comum é via ações de empresas que são negociadas na Bolsa, normalmente construtoras, shoppings e galpões logísticos ou lajes corporativas.

Outra forma é via fundos imobiliários, bastante difundidos entre investidores. Eles oferecem isenção de IR no recebimento de dividendos que são pagos mensalmente. Os fundos podem ser de tijolo (de empresas que investem em imóveis de forma direta) ou fundos de papel, que investem em CRIs.

Ações recomendadas no setor imobiliário

Os analistas do Banco Safra destacam algumas ações de empresas do setor imobiliário que apresentam melhor potencial de valorização ou de pagamento de dividendos no atual cenário.

No segmento de baixa renda, a Plano & Plano entrou em um ciclo de crescimento que deve começar a se traduzir em geração de caixa com alavancagem saudável, o que deve se traduzir em valorização da ação e pagamento de dividendos.

Na alta renda, as ações da Cyrela e da Lavvi apresentam melhores resultados operacionais e resultados de vendas.

As duas devem entrar em ciclo de entrega que deve começar a gerar caixa e se traduzir em pagamentos de dividendos.