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Ibovespa instável com exterior e temor fiscal

Notícias de fora, de pandemia e Brexit, e as domésticas sobre alta da inflação e risco para o teto de gastos, causam tensão na B3

Imagem ilustrativa dos índices do mercado

Mercado teme estouro do teto da meta fiscal / Foto: Getty Images

O Ibovespa começou o pregão instável no dia em que o Reino Unido e a União Europeia fecharam acordo pós-Brexit. Na metade do dia, porém, a situação já estavam mais acomodada, com o principal índice da B3 em terreno positivo.

De fora, logo cedo,  as bolsas internacionais estiveram em queda, mas de forma mais branda. No entanto, a ampliação de restrições para conter a segunda onda de covid-19 em vários cantos do mundo e impasse em relação a um novo pacote fiscal americano são alguns dos vetores que pressionam negativamente os mercados internacionais hoje.

No plano doméstico, a aceleração da inflação em novembro mostrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) causou inquietude nos investidores. O indicador subiu 0,89% no mês passado, ante 0,86% em outubro, ficando fora do intervalo das estimativas. Em 12 meses, acumula alta de 4,31%, superando o centro da meta de 4,00% para este ano.

As expectativas de retomada da pauta de privatização animam o investidor, porém de maneira moderada.

Às 12h35, o Ibovespa subia 0,40%, aos 114 mil pontos.

Somado a isso, o investidor da B3 ainda ecoa a notícia da véspera: uma proposta em andamento no Congresso que levaria o governo a furar o teto de gastos, caso fosse adiante. Apesar de a informação ter sido desmentida ontem mesmo, o assunto deve continuar reverberando nas mesas de operação.

A despeito de o governo ter negado que trabalha com essa possibilidade, a minuta do substitutivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, enviada ontem pelo relator, senador Márcio Bittar (MDB-AC), a lideranças do Senado após meses de impasse, à qual o serviço de notícias Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo, teve acesso, indica que o Congresso quer abrir caminho para despesas fora do teto de gastos pelo período de um ano, desde que sejam bancadas com receitas vindas da desvinculação de fundos públicos. “Furaram o teto”, afirmou uma fonte do mercado financeiro ouvida assim que o Ibovespa inverteu a mão ontem.

A despeito de algumas notícias consideradas positivas, analistas consideram difícil o Ibovespa sustentar uma alta hoje. Uma dessas informações é a alta de 0,97% do minério de ferro no porto chinês de Qingdao, no fechamento desta terça-feira, a US$ 148 a tonelada. Em contrapartida, o petróleo cai no mercado externo, em meio a preocupações com os efeitos da segunda onda de covid-19 no mundo. Vale ON caía 0,87% e Petrobras cedia em torno de 0,30% (PN) e de 0,20% (ON).

Já Eletrobras e BRF lideravam a lista de maiores altas. A empresa de proteína animal planeja investimentos de R$ 55 bilhões nos próximos dez anos. Já o desempenho das ações da estatal do setor elétrico reflete expectativa de privatização e ainda a retomada da cobertura pelo BTG Pactual, com recomendação de compra.

(Agência Estado)

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