Mercado Livre é a principal escolha do Safra no comércio eletrônico
Apesar da volatilidade de curto prazo, o Safra manteve a ação do Mercado Libre como a principal escolha no setor de e-commerce
11/02/2025
Para o Banco Safra, o Mercado Livre continua a entregar um desempenho excepcional, combinando rápido crescimento e geração de caixa | Foto: Getty Images
O Banco Safra fixou novos preços-alvo para as ações de empresas de comércio eletrônico para o final de 2025. O Banco também revisou as estimativas para o e-commerce, após incorporar os resultados recentes das empresas e novas premissas macroeconômicas, com a maior mudança sendo o aumento das taxas de juros.
O Safra manteve o Mercado Livre (MELI34) como a principal escolha no setor, revisando o preço de compra de US$ 2.603 para US$ 2.500. Segundo o banco, a empresa continua a entregar um desempenho excepcional, combinando rápido crescimento e geração de caixa.
Quanto às Casas Bahia (BHIA3), o nível mais alto de taxas de juros levou o Safra a aumentar a estimativa de prejuízo líquido, enquanto o maior custo de capital próprio (Ke, atualmente 15,3% vs. 13,8% anteriormente, considerando um beta de 1) também levou a uma diminuição do valor considerado justo, implicando um potencial de alta de apenas 3%.
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Além disso, em comparação com seus pares, o Safra continua a ver a empresa como um retardatário em termos de retornos (1% ROIC vs. 6% MGLU e 41% MELI), enquanto sua queima de caixa operacional permanece alta em R$1,4 bilhões nos últimos 12 meses. Portanto, o Safra rebaixou BHIA para Venda (de Neutro) com um novo Preço Alvo 2025e de R$3,2 vs. R$5,0, anteriormente.
Por fim, para o Magazine Luiza (MGLU3), o nível mais alto de taxas de juros também levou o Safra a reduzir nossa estimativa de lucro líquido, e o maior custo de capital próprio (Ke, atualmente 15,3% vs. 13,8% anteriormente, considerando um beta de 1) também levou a uma diminuição do valor considerado justo, implicando um potencial de alta limitado (+17%). Portanto, o Safra rebaixou MGLU para Neutro (de Compra) com um novo Preço Alvo 2025e de R$8,5 vs. R$14,4, anteriormente.
Mercado Livre é a principal escolha do Safra no comércio eletrônico
Apesar da volatilidade de curto prazo, o Safra manteve MELI como a principal escolha no setor. Os especialistas do Safra continuam otimistas sobre os motores de crescimento da MELI, apesar do impacto das “dores de crescimento” nos resultados de curto prazo.
MELI ainda é uma das escolhas preferidas do Safra não apenas no subsegmento de e-commerce, pois combina:
- (i) crescimento, já que a empresa é líder em um mercado de rápido crescimento com um alto nível de investimento em tecnologia e cadeia de suprimentos;
- (ii) lucratividade melhorada (+140bps a/a na margem líquida em 2024E); e
- (iii) posição de alavancagem sólida (relação dívida líquida/EBITDA de 0,7x).
No entanto, é importante notar que alguma volatilidade na margem EBIT pode ocorrer em alguns trimestres devido a
- (i) abertura/maturação de novos centros de distribuição; e
- (ii) oferta de crédito mais ampla e seu impacto nas provisões, o que é fundamental para sustentar o ritmo excepcional de crescimento da empresa (>30% a/a nos últimos 12 meses).
Por fim, em termos de Valuation,o Safra vê MELI negociando a um EV/EBITDA de 2025 de 26x, ligeiramente acima de sua média histórica de 24x. No novo preço-alvo, o EV/EBITDA implícito é de 24x.
E-commerce e geração de caixa
O Banco Safra destaca que a Magalu tem mantido sua estabilidade na geração de caixa, apesar do cenário macro deteriorado (aumento das taxas de juros), o que significa a continuidade de uma abordagem mais diligente, equilibrando crescimento e lucratividade.
No terceiro trimestre de 2024, a Magalu registrou um fluxo de caixa operacional nos últimos 12 meses após capex de R$960 milhões, enquanto a Casas Bahia registrou um valor negativo de R$1,4 bilhões nos últimos 12 meses.
Por fim, em termos de Valuation, o Safra vê MGLU negociando a 2,5x EV/EBITDA de 2025 vs. sua média histórica de 10x, e BHIA negociando a 5x EV/EBITDA de 2025, em comparação com sua média histórica de dois anos de 10x e os atuais 6x.
No entanto, além do pior desempenho de fluxo de caixa, vemos BHIA gerando um ROIC de 1%, bastante abaixo de seus pares (vs. 6% da MGLU e 41% da MELI), reforçando nossa abordagem mais cautelosa.
Atenção aos riscos:
- (i) cenário macro, que afeta diretamente a demanda e as vendas de e-commerce, e as taxas de inadimplência das fintechs;
- (ii) execução (ganhos de margem);
- (iii) competição (players cross-border que geralmente são agressivos em preços);
- (iv) exposição da MELI à Argentina; e (v) oferta de crédito em um cenário macro turbulento no Brasil.

