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Merck descobre novo remédio contra a covid e anima as bolsas

Novo medicamento contra a covid anunciado pela Merck melhora o ânimo das bolsas de valores e o Ibovespa sobe 1,73% no primeiro pregão de outubro

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O medicamento reduziu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte para pacientes em risco de doença grave | Foto: Getty Images

A farmacêutica Merck apresentou um estudo mostrando que seu remédio contra a covid-19 é provavelmente eficaz contra as variantes do vírus, incluindo a delta. A notícia melhorou o otimismo dos investidores e as bolsas abriram em alta nesta sexta-feira, 1.

O produto, conhecido como molnupiravir, é um dos vários antivirais orais em desenvolvimento para tratar e até mesmo impedir a covid-19. O Ibovespa fechou a primeira sessão de outubro em alta de 1,73%, aos 112.899,64 pontos, com o maior ganho em porcentual desde o último dia 22 (1,84%).

O medicamento reduziu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte para pacientes em risco de doença grave, de acordo com os resultados dos ensaios clínicos provisórios anunciados nesta sexta-feira (1º).

A Merck e a parceira Ridgeback Biotherapeutics anunciaram que estão pedindo autorização de uso de emergência nos Estados Unidos e às agências regulatórias de países interessados.

Como o remédio não tem como alvo a proteína spike do vírus, que define as diferenças entre as variantes, o medicamento deve ser igualmente eficaz à medida que o vírus continua a evoluir, disse Jay Grobler, chefe do departamento de doenças infecciosas e vacinas na Merck.

O molnupiravir atinge a polimerase viral, uma enzima necessária para que o vírus faça cópias de si mesmo. O remédio foi projetado para introduzir erros no código genético do vírus, evitando sua replicação. Segundo a farmacêutica, a droga é mais eficaz quando administrada no início da infecção.

A Merck está atualmente conduzindo dois testes de Fase III do antiviral que está desenvolvendo com Ridgeback Biotherapeutics – um para o tratamento de COVID-19 e outro como preventivo. O estudo deve ser concluído no início de novembro.

Além da Merck há outros laboratórios avançando em pesquisas sobre a covid

Além da Merck, outras empresas estão desenvolvendo medicamentos contra a covid-19. A Pfizer, por exemplo, está testando um remédio desde o início deste ano para tratar pacientes com covid-19 e, agora, quer avaliar o uso profilático do mesmo medicamento. A ideia é que o remédio atue de forma a prevenir a covid-19 em indivíduos que foram expostos ao vírus.

O remédio PF-07321332 será testado em até 2.660 adultos saudáveis com 18 anos ou mais. Serão incluídas as pessoas que moram com alguém que está infectado pelo coronavírus e apresenta sintomas da doença.

O medicamento foi feito para bloquear a atividade de uma enzima chave usada pelo coronavírus para se multiplicar. No estudo, o remédio será administrado com uma dose baixa de ritonavir, uma droga antiga e largamente usada em tratamentos para a infecção por HIV.

Os cientistas ainda não conseguiram desenvolver um remédio eficaz, de fácil administração e preço acessível para prevenir ou combater a covid-19. No início do ano, especialistas disseram ao Estadão que há uma dificuldade histórica em criar remédios que combatam doenças virais.

A principal estratégia adotada no início da pandemia foi o reposicionamento de fármacos. Pesquisadores analisaram a possibilidade de tratar pacientes infectados pelo coronavírus com remédios já existentes. Isso deixa o processo mais rápido e barato porque elimina algumas partes do estudo. No entanto, não houve sucesso.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou o uso de alguns medicamentos para tratar a covid-19, mas eles ainda são muito caros e de difícil administração. Estão aprovados para uso o remdesivir, o banlanivimabe e etesevimabe (usados em conjunto), o casirivimabe e imdevimabe (usados em conjunto), o regdanvimabe e o sotrovimabe. Todos os medicamentos só podem ser usados em ambiente hospitalar. Com AE)

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