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Ministério da Saúde recua e volta a recomendar vacina para adolescentes

Uma semana após vetar vacina para adolescentes sem comorbidades, Ministério anuncia que jovens acima de 12 anos devem receber vacina da Pfizer

Adolescentes vacinadas

Decisão do Ministério da Saúde foi ignorada pela maioria dos estados e vacinação de adolescentes foi mantida | Foto: Getty Images

O Ministério da Saúde recuou da decisão de suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidade contra a covid-19. Uma semana após a medida que contrariou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o ministério convocou entrevista na noite de quarta, 22, para voltar a recomendar a vacina aos jovens acima de 12 anos.

O Ministério da Saúde afirmou que a restrição foi imposta de “forma cautelar” e que, após apuração de todos os riscos e benefícios, a medida está suspensa e a nova recomendação é para que os adolescentes sejam vacinados.

Na quinta-feira da semana passada, a pasta alegou que um dos motivos para suspender a vacinação nessa faixa etária seria o caso de uma adolescente de 16 anos, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, que morreu uma semana após ser imunizada com a Pfizer.

Apuração conclui que vacina não apresenta riscos para adolescentes

No dia seguinte à decisão, um diagnóstico assinado por 70 especialistas concluiu que a jovem era portadora de uma doença autoimune, grave e rara, conhecida como Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT), e que não havia qualquer “relação causal” entre o óbito e a vacina.

A análise recebeu o aval da Anvisa na segunda-feira, que classificou os dados como “consistentes e bem documentados”.

Mesmo com a recomendação do ministério, Estados e municípios continuaram imunizando adolescentes e ignorando a decisão do Ministério da Saúde.

Segundo o Ministério, a decisão foi motivada por “prudência” e, nos últimos dias, uma força-tarefa foi criada para estudar os efeitos adversos nesse público.

A conclusão foi a mesma emitida em nota pela Anvisa na semana passada, de que os eventuais riscos não superam os benefícios da vacinação nesse público.

De acordo com o secretário-executivo Rodrigo Cruz, não houve “precipitação” do Ministério da Saúde ao orientar a suspensão, uma vez que o óbito é considerado “efeito adverso grave” e a pasta preferiu agir com cautela. Ele ainda citou que a mesma medida foi tomada quando houve o óbito de uma gestante recém-imunizada com a AstraZeneca.

A pasta também recomendou que os Estados sigam acompanhando casos de adolescentes vacinados para a monitoração de efeitos adversos.

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