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Moda brasileira cai em índice de transparência

O reletório do Fashion Revolution reduziu a nota da moda brasileira considerando fatores como governança e responsabilidade sócio-ambiental

moda

C&A foi a varejista com melhor avaliação, com queda de 4% em relação ao relatório de 2020 | Foto: Getty Images

A moda brasileira caiu no índice de transparência promovido pelo Fashion Revolution, ONG global que avalia o impacto ambiental, social e de governança da indústria de roupas e calçados.

Em 2021, as varejistas tiveram uma média geral de 18% de compromisso com o ESG,  a sigla em inglês para as questões ambientais, sociais e de governança. Em 2020 o índice estava em 21%.

O Índice de Transparência da Moda, realizado pela instituição em 2021, mostra que apenas 30% das marcas analisadas publicam compromissos mensuráveis ​​e com prazo determinado de descarbonização, e apenas 25% publicam metas para reduzir o uso de têxteis derivados de combustíveis fósseis virgens.

As melhores pontuações foram da C&A, com 70%, uma queda de 4% em relação a 2020. O segundo lugar ficou com a Malwee, com 66%, 2% abaixo do obtido no ano passado. Renner e Youcom atingiram 57%, também 2% a menos da última edição.

Adidas fica em quinto lugar no ano de estreia no índice da moda brasileira

A Adidas estreou na análise brasileira com 53%, ficando à frente da Havaianas, com 52%, 3% a menos do que em 2020. Não divulgaram informações sobre suas práticas a Besni, Brooksfield, Caedu, Carmen Steffens, Cia. Marítima, Colcci, Di Santinni, Fórum, Kyly, Leader, Lojas Avenida, Lojas Pompéia, Marisol, Moleca, Nike, Sawary e TNG.

São usados mais de 200 indicadores baseados em pautas como igualdade racial e de gênero, ações frente à crise climática, combate ao trabalho análogo ao escravo.

De acordo com levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), a produção de roupas no mundo dobrou entre 2000 e 2014. Segundo a ONU, a indústria fashion é responsável por 20% do total de desperdício de água e 8% da emissão de gases de efeito estufa no mundo.

O movimento Fashion Revolution foi criado após o desabamento do edifício Rana Plaza, em 2013, em Daca, capital de Bangladesh. A tragédia matou 1.134 trabalhadores de uma confecção e deixou mais de 2.500 pessoas feridas. As vítimas trabalhavam em condições análogas à escravidão para grandes marcas da moda. 

A organização é hoje referência dos indicadores dos relatórios de governança e responsabilidade sócio-ambiental da grande indústria da moda. Além do índice, encabeça premiações, semanas de moda e campanhas como a #QuemFezMinhasRoupas, de conscientização do consumidor.

ONG ensina clientes a atuarem como vigilantes

  • Pergunte “Quem fez minhas roupas?” para marcas e varejistas: procure saber como os trabalhadores da indústria estão amparados neste momento de crise em termos de salários, condições de trabalho e acesso à saúde;
  • Pergunte “Do que são feitas as minhas roupas?”: saiba qual a matéria prima utilizada nas roupas que você veste, de onde ela vêm, como são produzidas e se a marca conhece a história dos trabalhadores envolvidos em seus processos;
  • Escreva para as marcas: use as redes sociais para se comunicar com as marcas e questionar sobre como estão cuidando dos trabalhadores e fornecedores, sobre os seus impactos no meio ambiente e sobre a transparência de dados a respeito das suas responsabilidades com as pessoas e a natureza.

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