Expoente do fotojornalismo brasileiro, Sérgio Amaral morre aos 67 anos
Em 40 anos de profissão, Sérgio Amaral colecionou prêmios trabalhando para os principais jornais e revistas do País
08/06/2022O fotojornalismo brasileiro perde nesta quarta-feira um dos seus grandes expoentes, o fotógrafo paulistano Sérgio Amaral. Ele morreu aos 67 anos após longa batalha contra o câncer no pulmão. Deixa a companheira de mais de duas décadas, a jornalista Elizabeth Almeida, 57, e o filho Gabriel, de 19 anos.
Sérgio Amaral trabalhou no Jornal O Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde, Jornal do Brasil, Correio Braziliense, O Tempo e revistas Veja e Carta Caputal. Ele venceu o Prêmio Esso de Fotografia de 1992, o grande prêmio do Salão Finep de Fotojornalismo de 1996, recebeu a medalha de excelência gráfica da Society for News Design, na categoria ‘editor de fotografia’ pelo CB e o prêmio ONU Habitat de 2014.
Sérgio descobriu o câncer em outubro do ano passado, após um mal estar. Ele criou um site para custear as despesas com o tratamento da doença, onde passou a oferecer fotos selecionadas impressas em papéis especiais com tintas de pigmentos minerais à base de água. As imagens mostram a sua apurada técnica fotográfica desolvolvida ao longo de uma carreira iniciada em 1985, quando obteve registro profissional após se formar na PUC-SP.
Confira aqui as fotos de Sérgio Amaral.
Mesmo o tratamento sendo feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as despesas ainda são altas, e Sérgio encontrou na venda de algumas das suas imagens, uma forma de custear os gastos. À época, ele explicou em uma entrevista que o projeto teve início em dezembro do ano passado, quando ofereceu oito fotografias feitas na Amazônia entre 1990 a 1999 e que retratavam o cotidiano local.
Sérgio Amaral dizia que com sua câmera, buscava o belo
Em fevereiro, o repórter colocou à venda 41 fotos retiradas das prediletas. Feitas com viés geográfico e humanista, as fotos foram registradas em filmes Kodak, Ilford e Fuji.
“As fotografias deste site são recortes de viagens maravilhosas em que aprendi muito, fiz amigos e trouxe belos registros”, destaca. “Eu sempre cuidei muito dos meus arquivos, são fotos de interesse humanístico e geográfico, sem trair a essência do meu trabalho. Eu procurei o belo”, explicou, em entrevista ao Correio Braziliense.