Maestro Henrique Morelenbaum morre no Rio de Janeiro aos 90 anos
Henrique Morelenbaum dirigiu todas as grandes orquestras brasileiras, foi diretor do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Sala Cecília Meireles
22/07/2022O maestro Henrique Morelenbaum, uma das maiores personalidades musicais do Brasil, morreu nesta sexta-feira no Rio de Janeiro aos 90 anos.
Membro da Academia Brasileira de Música, Henrique Morelenbaum nasceu na Polônia em 1931 e chegou ao Brasil aos 3 anos de idade. No navio em que fazia a viagem com a família, ele viu um violino pela primeira vez na vida e se encantou com a sonoridade. Sua mãe então lhe prometeu que lhe daria um quando chegasse ao Brasil.
Henrique Morelenbaum estudou violino e viola com Paulina d’Ambrosio na Escola de Música da UFRJ. Formou-se em composição e regência e fez doutorado em música.
Compôs a Marcha da liberdade, que teve arranjos do maestro Guerra-Peixe, amigo de seu professor. Quando o maestro Erich Kleiber esteve no Rio, viu um ensaio de Morelembaum e gostou da música. Na sua apresentação, chamou Morelembau para levantar e reger a orquestra.
“Assim foi que regi pela primeira vez, uma peça própria e tendo como ouvinte Erich Kleiber, sua esposa e uma criança, que depois viria a se tornar o grande regente Carlos Kleiber”, contou ele a uma entrevista da revista Concerto.
Henrique Morelenbaum dirigiu todas as grandes orquestras brasileiras
Em sua carreira, Henrique Morelenbaum dirigiu todas as grandes orquestras brasileiras, foi regente da Orquestra e do Coro Sinfônico da Universidade do Chile, diretor do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Sala Cecília Meireles.
Conquistou prestígio também como regente de balé, tendo sido o único brasileiro a dirigir o Balé da Ópera de Paris, em 1973, em três balés de Stravinsky.
Na Revista Concerto em 2006, Morelenbaum revelou: “Nunca planejei nada, mas sempre gostei de estudar muito e estar preparado para tudo. Não tenho outra atividade, toda a minha vida é ligada à música. Eu vivo música”.
Ele teve três filhos, todos músicos profissionais: Lucia, clarinetista, pianista e harpista; Eduardo, regente coral; e o violoncelista Jaques Morelenbaum.