Museu da Língua Portuguesa renasce das cinzas na Estação da Luz
Destruído em um incêndio em 2015, espaço na Estação da Luz reabre ao público com agendamento e compra prévia de ingressos
30/07/2021Após seis anos, o Museu da Língua Portuguesa será reaberto ao público a partir do próximo domingo, 1º, na cidade de São Paulo.
A reabertura acontece dentro dos protocolos de segurança para evitar a disseminação da covid-19, com a necessidade de agendamento prévio das visitas e restrição de público.
O museu abrirá sempre de terça-feira a domingo, das 9h às 18h. Aos sábados, a entrada é gratuita. Nos demais dias, os valores são de R$ 20 a inteira e R$ 10 para a meia entrada. A compra de ingressos podem ser vistas na página da instituição.
O Museu da Língua Portuguesa fica na Estação da Luz, um edifício do final do século 19 centro da capital paulista, e foi destruído por um incêndio em dezembro de 2015.
Foram investidos cerca de R$ 85 milhões nas obras de reconstrução por meio de apoiadores privados, além das esferas estadual e federal.
No sábado, 31, será feita uma cerimônia de abertura com autoridades de países falantes da língua portuguesa e ex-presidentes do Brasil.
Processo de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa
As obras começaram em 2017 e foram divididas em três fases:
- Restauro do interior e das fachadas;
- Reconstrução da cobertura destruída no incêndio;
- Intervenções de ampliação e melhoria.
A partir de 2019, foi realizada a implantação do conteúdo e das experiências, assim como a iluminação externa e a contratação da equipe.
A reconstrução trouxe novos espaços ao projeto original, assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928-2021).
Entre as novas intervenções está um terraço com vista para o Jardim da Luz e para a torre do relógio, símbolo da estação.
Também foi criado um centro de referência de estudos da língua portuguesa, para receber fóruns e permitir a aproximação de pesquisadores.
Conteúdo
Em quase dez anos de funcionamento – de março de 2006 a dezembro de 2015 -, o museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes e promoveu mais de 30 exposições temporárias.
Entre os homenageados com exposições estiveram escritores como Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Machado de Assis e Fernando Pessoa, além do cantor e compositor Cazuza.
Após a reforma, o museu manteve o conceito de exposições imersivas e interativas, com conteúdo desenvolvido com a colaboração de linguistas, estudiosos e artistas do Brasil e outros países lusófonos.
Entre os nomes de destaque estão o músico José Miguel Wisnik, os escritores José Eduardo Agualusa, Mia Couto, Marcelino Freire e Antônio Risério, a slammer Roberta Estrela D’Alva e o documentarista Carlos Nader.
O Museu apresentará nesta nova fase experiências inéditas, como as novas instalações “Línguas do Mundo”, “Falares” e “Nós da Língua Portuguesa”.
No térreo, a edificação foi aberta à estação, com o objetivo de estreitar a comunicação entre o espaço cultural e o público.
As pessoas vão receber uma caneta especial para poderem interagir com os vídeos e jogos com tecnologia touch screen.
“A gente tem todo um restauro muito bonito desse edifício, com a ativação de novos espaços com ocupação de serviços de café e loja e também um saguão com uma programação cultural que faz o diálogo com esses diferentes públicos do entorno”, diz a diretora-executiva, Renata Motta. (Com Agência Brasil e AE)