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Naufrágio que revelou o computador mais antigo do mundo tem nova descoberta

Cabeça de estátua de mármore de Hércules, de mais de 2 mil anos, foi desenterrada do famoso naufrágio de Antikythera, na Grécia

naufragio

A marca de relógios suíça Hublot criou o sistema de balão que levantou as pedras submersas para a retirada das peças históricas | Foto: Divulgação/Swiss School of Archaeology in Greece

Uma cabeça de mármore de Hércules, o semideus grego da força, foi descoberta por arquólogos marinhos no fundo do Mar Egeu. Uma equipe de mergulhadores encontrou a cabeça e busca novos tesouros históricos vasculhando o naufrágio de Antikytherana, na costa grega, um dos mais importantes da história.

A peça de mármore que pode ter mais de 2 mil anos. Além dela os mergulhadores encontraram dentes humanos e pregos de ferro e bronze.

Esta foi a segunda temporada de escavações de um programa de cinco anos, liderado pela Escola Suíça de Arqueologia na Grécia, que pretende continuar a pesquisa no local. O naufrágio foi descoberto no ano de 1900 por mergulhadores gregos.

A descoberta do local foi acidental. Antikythera é uma ilha entre a Grécia continental e Creta. O nome se refere à localização, ao sul da ilha de Kythera. Os mergulhadores gregos que encontraram o naufrágio estavam coletando esponjas. De início, pensaram que haviam encontrado cadáveres no fundo do mar, mas depois perceberam que eram pedaços de esculturas, disse Baumer.

Computador mais antigo do mundo foi descoberto no naufrágio de Antikythera

Nos últimos 100 anos o sítio de Antikythera revelou descobertas que dão pistas sobre história, economia, tecnologia e arte da Roma Antiga.

Um artefato lá encontrado pode ter sido usado para navegação e astronomia. A peça leva o nome de Antikythera e alguns pesquisadores chegaram a chamá-lo de “o computador mais antigo do mundo”.

Cabeça de estátua de mármore encontrada no naufráfio de Antikythera, na Grécia | Foto: Divulgação/Swiss School of Archaeology in Greece

Considerado um dos mais naufrágios ricos da história da arqueologia marinha, o Antikythera estava escondido sob pedras que pesavam até 8,5 toneladas e que podem ter se estabelecido ali durante um terremoto posterior ao naufrágio. As pedras ajudaram a preservar os artefatos.

Para retirar as pedras e destroços os mergulhadores usaram cordas presas a bolsas de ar pressurizadas, como balões subaquáticos. A marca de relógios suíça Hublot criou especificamente para este projeto o sistema de balão que levantou as pedras submersas, segundo reportagem do New York Times. Para a escavação do ano que vem, a empresa está projetando robôs que podem fazer parte do trabalho dos mergulhadores.

A cabeça de Hércules tem o dobro do tamanho natural é representa uma figura masculina barbuda. Ela está coberta por detritos marinhos, os quais estão sendo retirados no processo de restauração.

A cabeça provavelmente completa outra estátua antiga encontrada em 1900, “Herakles de Antikythera”. Se comprovado, ela deverá ser devolvida à estátua sem cabeça que está no Museu Arqueológico Nacional de Atenas.

Por causa da profundeza das águas, os mergulhadores podem passar apenas 30 minutos perto do naufrágio (após uma descida de 15 minutos). A pressão da água coloca cinco vezes mais resistência aos movimentos dos mergulhadores em relação à superfície.

O naufrágio pode ter ocorrido por volta de 65 a.C., quando o navio bateu nos rochedos e afundou na encosta escarpada. Na virada do século 20, os mergulhadores encontraram seis braços de bronze e um fragmento do que veio a ser chamado de Mecanismo de Antikythera. Em 2017, eles encontraram um sétimo braço e outra peça do artefato, que eles acreditam que pode ter sido usado para estudar movimentos astronômicos.

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