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O que esperar da economia no Ano Novo?

Após efeitos da pandemia em 2020 Safra projeta cenário de recuperação da economia brasileira, com inflação e juros sob controle

Placa de transito com texto 2021 e ponto de interrogação

Incertezas para o Abo Novo estão relacionadas ao sucesso das vacinas conta a Covid-19 / Foto: Getty Images

Após as dificuldades desencadeadas pela pandemia do Coronavírus ao longo de 2020, o que esperar da economia brasileira para 2021?

Na visão do time de macroeconomia do Banco Safra, os riscos para a economia brasileira são menores do que em outros momentos críticos já enfrentados pelo país. Isso graças à evolução institucional dos últimos 20 anos e ao acúmulo de reservas internacionais. Além disso, o panorama internacional é relativamente favorável ao Brasil.

Com isso, a expectativa é de continuidade da recuperação econômica em 2021. A inflação tende a ficar sob controle, e não há previsão de surpresa nas taxas de juros.

Os economistas observam que existem riscos que dependem do encaminhamento de medidas de governo necessárias ao fortalecimento da economia.

A pandemia do Covid-19 alterou a dinâmica das economias ao redor do mundo e provoca mudanças estruturais, como a aceleração da digitalização em todos os setores, com impacto no mercado de trabalho e nos negócios. Setores como serviços, viagens, hotelaria e entretenimento sofrem grande impacto, assim como o comércio.

O setor externo brasileiro foi favorecido em 2020 e deverá continuar sob influências positivas em 2021, segundo os especialistas do Safra.

O vento favorável vem dos incentivos monetário e fiscal nas principais economias, com juros reduzidos, dólar mais fraco e uma menor contração da economia mundial. Com isso, o preço em dólar das commodities tende a subir, também em decorrência da rápida retomada econômica da China e, que tem mantido aquecida a demanda por minério de ferro, e pelos desdobramentos da crise da produção suína ocorrida em 2019,  resultando em maiores compras de  grãos, especialmente a soja e o milho.

Os níveis historicamente baixos das taxas de juros globais também beneficiam a economia brasileira, com reflexo positivo na conta corrente de 2020, que pela primeira vez em quase 15 anos terá superávit em XY bilhões de dólares (ou em % do PIB).

Para o fechamento de 2020, a projeção do time de macroeconomia do Safra é de redução de 15% nas importações e de quase 80% nas despesas líquidas de viagens internacionais. Nas despesas com juros e remessas de lucro deve haver uma queda de quase 40%, refletindo principalmente o quadro favorável dos juros. A tendência deve continuar em 2021,o que poderá até aumentar o superávit em conta corrente.

Além do bom desempenho do setor agropecuário, o fluxo de capital estrangeiro é mais um fator potencialmente positivo em 2021, depois da grande saída ocorrida em 2020, notadamente da bolsa de valores, e que começou a ser revertida em novembro.

Segundo os especialistas, ainda que a retomada da economia americana e o bom desempenho da bolsa de Nova York concorram com a atratividade da bolsa brasileira, a continuidade de bons resultados por parte das empresas listadas no Brasil pode trazer uma percepção mais favorável para a B3 e uma natural reentrada de capital, que pode contribuir para o sucesso de aberturas de capital e possivelmente para o fortalecimento do real.

O encerramento do programa de auxílio emergencial impactará o consumo das famílias no começo do ano, mas talvez menos do que esperado, explica nosso time de Macroeconomia, visto que a maior parte do dinheiro injetado na economia está preservado.

Em contraponto a esses elementos de resiliência, há uma grande incógnita em relação às prioridades fiscais do governo, tanto no que se refere a transferências de renda quanto a outras despesas e desonerações, e especialmente a uma estratégia em relação à dívida pública, a qual aumentou significativamente.

Essa falta de estratégia compartilhada com o mercado, continuam os especialistas, têm se manifestado pelo forte aumento da taxa de juros de médio prazo, apesar dos elementos favoráveis à economia discutidos acima.

Em resumo, o cenário central é compatível com uma transição relativamente suave do quadro da pandemia, sem quebra do regime fiscal e com inflação moderada, e possível manutenção da “prescrição futura” do Banco Central, que sinaliza juros estável ao longo de boa parte de 2021.

Mais informações no link:

Cenários para a economia em 2021 e as premissas nas projeções

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