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Objetos curiosos retratam a pandemia em museus

Museus de várias partes do mundo recolhem máscaras e outras curiosidades para narrar no futuro os tempos atuais

máscaras

Coleção de máscaras reunidas pelo Museu Real de Toronto, em exposição sobre ícones da pandemia | Foto: Divulgação

Em diversos museus do mundo, a pandemia já é história. O HistoryMiami Museum, no centro de Miami, reuniu diversos objetos que retratam o enfrentamento da covid-19 e o cotidiano do isolamento. Recentemente, o museu adicionou dois frascos vazios de vacina da Pfizer à coleção.

Embora muitas pessoas prefiram esquecer tudo o que passaram nesse período de pandemia, a exposição tem atraído muitos curiosos para ver, por exemplo, uma coleção dos mais variados tipos de máscaras protetoras. “Onde mais você vai ver isso em 10, 15 anos?”, comenta Jorge Zamanillo, diretor executivo do museu.

Outros curadores de museus no mundo inteiro começaram a reunir objetos semelhantes para dar às gerações futuras uma visão de como as pessoas lidaram com o Covid-19, relata uma reportagem do The Wall Street Journal.

Fantasia usada para alertar banhistas está no Museu de Miami | Foto: Divulgação

O valor histórico dos objetos cotidianos

O Museu Nacional de História Natural, em Washington, não coletou objetos da pandemia de gripe de 1918 porque há um século muitos diretores de museus não davam valor a objetos cotidianos, disse Alexandra Lord, presidente e curadora da divisão de medicina e ciência do museu. “As pessoas queriam esquecer”, acrescenta ela.

Foi um erro que a instituição não repetirá, disse ela. O museu está fechado, mas os curadores estão pedindo às pessoas que mantenham as objetos relacionadas à pandemia. Anthony Fauci, conselheiro médico chefe da Casa Branca em Covid-19, doou um modelo 3D do coronavírus esta semana.

Uma carta do treinador da liga de hóquei júnior informando que a equipe a temporada foi cancelada; um par de brincos representando rolos de papel higiênico, um cheio, um vazio estão entre as doações ao Museu de História e Indústria de Seattle.

Coleção reúne máscaras de todos os tipos

Em Toronto, o Museu Real de Ontário está coletando máscaras para uma exposição no outono.

“Será que as pessoas vão querer ver um monte de máscaras?”, questiona Fahmida Suleman, curadora do museu. “Talvez não tão cedo, mas daqui a 50 anos isso poderá ser visto como um símbolo da resiliência da humanidade”, disse ela.

O museu tem até agora mais de 200 máscaras faciais de 20 países, com as mais variadas cores, texturas e mensagens de protesto. “Eu procuro até máscaras mal feitas, porque uma máscara mal feita indica o quanto desesperada estava a pessoa”, disse ela.

Saco de farinha com receitas da pandemia

Clara Berg, curadora de coleções do Museu de História e Indústria de Seattle, pediu doações através de um boletim informativo de membros e de sua equipe. Entre os donativos aparecer até um saco de farinha com receitas de pratos preparados durante o isolamento social

Outra funcionária doou recorte da foto de papelão em tamanho real de seu cachorro que foi usada para preencher assentos vazios nos jogos de beisebol do Seattle Mariners na última temporada.

Fantasia de morte para alertar banhistas

Daniel Uhlfelder, que ganhou fama em março do ano passado ao circular por uma praia da Flórida fantasiado de morte carregando uma foice, disse que ficou honrado quando o Museu de Miami lhe pediu sua fantasia para uma exposição sobre os tempos de covid. “Espero que as pessoas vejam que alguém levou a pandemia a sério, com um pouco de humor em tempos sombrios”, disse ele.

Uma das propostas das exposições, além de registrar a história, é promover muitos sorrisos depois que tudo isso fizer parte do passado.

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