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OMC aponta desaceleração do comércio mundial

Movimento deriva de choques no abastecimento, lotação em portos e interrupções na produção de automóveis e semicondutores

Aérea de porto na Tailândia, com contêineres coloridos em destaque e navios cargueiros à esquerda, alusivo ao comércio mundial

Projeção da OMC é de que o comércio mundial cresça 10,8% neste ano e 4,7% em 2022 | Foto: Getty Images

A Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgou relatório nesta segunda-feira, 15, que mostra uma desaceleração do crescimento do comércio mundial.

Segundo a entidade, choques no abastecimento, congestionamento de portos e interrupções na produção de automóveis e semicondutores contribuíram para o movimento.

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Mensurado pelo Barômetro do Comércio de Bens, o volume comercializado referente a setembro atingiu a a pontuação 99.5.

Em agosto, a medição da OMC atingiu o nível recorde de 110.4, o que representa uma projeção de expansão comercial otimista.

O valor de referência é 100 e indica crescimento em linha com as tendências de médio prazo.

Quando o indicador atinge 95 pontos ou menos, a indicação é de crescimento substancialmente abaixo da tendência.

Por outro lado, quando atinge o patamar 105 ou além, a constatação é de expansão acima da tendência no médio prazo para o comércio mundial.

Projeções para o comércio mundial

Para este ano, a OMC estima que o comércio global de mercadorias cresça 10,8%. Em 2022, a entidade espera uma expansão de 4,7%.

De acordo com a organização, a perspectiva para o comércio mundial continua a ser ofuscada por consideráveis ​​riscos negativos, como por exemplo:

  • Disparidades regionais

  • Fraqueza contínua no comércio de serviços

  • Taxas de vacinação contra a covid-19 defasadas, especialmente em países pobres

Sobre a pandemia, a entidade destaca que a doença continua a ser a maior ameaça ao comércio devido a possíveis novas ondas de infecção

Choques no comércio mundial

A OMC explica que a medição recorde de agosto veio da retomada econômica buscada pelos países ao redor do mundo para combater a crise gerada pela pandemia de covid-19.

Desde 2020, quando o coronavírus se espalhou pelo mundo, governos iniciaram uma série de estímulos econômicos alavancar suas economias.

A pandemia forçou o distanciamento social e fechamento de fronteiras e, consequentemente, impactou o emprego e a renda de todos os países.

Agora, a OMC credita a queda do índice a choques recentes de oferta, incluindo o congestionamento em portos decorrente do aumento da demanda de importação no primeiro semestre do ano.

Indicador do nível de crescimento do comércio mundial | Foto: Divulgação/OMC
Indicador do nível de crescimento do comércio mundial | Foto: Divulgação/OMC

Além disso, a interrupção da produção de bens amplamente comercializados, como automóveis e semicondutores, também impactou o volume do comércio mundial.

Os últimos itens listados pela OMC têm forçado paradas de fábricas no Brasil e gerado filas de espera pelo carro novo.

Adicionalmente, a organização diz que a demanda por bens comercializados parece estar diminuindo, uma vez que foi observada uma queda nos pedidos globais de exportação.

Maiores impactos

Na divulgação, a OMC destaca que todos os componentes do Barômetro do Comércio de Mercadorias apresentaram queda na nova leitura.

A queda mais acentuada foi observada no índice de produtos automotivos (85,9), na esteira da escassez de semicondutores.

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Esta escassez, segundo a OMC, também se refletiu no índice de componentes eletrônicos (99,6), que antes estava na linha de crescimento acima da tendência de médio prazo.

Os índices de embarque de contêineres (100,3) e matérias-primas (100,0) também voltaram a se aproximar de suas tendências recentes, conforme a entidade.

Apenas o indicador de frete aéreo (106,1) permaneceu acima da tendência, à medida que o transporte pelo ar se mostrou uma alternativa ao marítimo.

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