OMC discute quebra de patente sobre remédios
Possível renúncia aos direitos de propriedade sofre resistência de países que patrocinaram pesquisas de vacinas contra a covid-19
10/03/2021
Organização Mundial do Comércio, diz que há cerca de 130 países aguardando vacinas | Foto: Getty Images
A Organização Mundial do Comércio (OMC) discute nesta quarta-feira, 10, a possibilidade de quebra de patente sobre medicamentos contra a covid-19.
O assunto, no entanto, enfrenta a resistência de países desenvolvidos, que alegam possíveis prejuízos sobre o investimento empregado em pesquisas.
A discussão acontecerá um dia após a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, pedir uma ação urgente para aumentar a produção de vacinas contra a covid-19 nos países em desenvolvimento.
A diretora afirmou que unidades de produção poderiam ser construídas entre seis e sete meses, ou menos da metade do tempo anteriormente imaginado.
A executiva é ex-ministra de Finanças da Nigéria e era presidente do conselho da coalizão global GAVI, que promove o acesso igualitário às vacinas, até assumir a direção geral da OMC.
Fila de espera
Okonjo-Iweala afirmou que a saúde e o acesso às vacinas contra a covid-19 é a prioridade no momento.
Segundo ela, cerca de 130 países ainda aguardam pelas vacinas.
“O fato é que cada dia a mais em que a escassez das vacinas continuar, as pessoas pagarão com suas vidas”, disse Okonjo-Iweala em uma cúpula de dois dias focada na produção de imunizantes.
Impasse sobre a quebra de patente
A medida de quebra de patente a ser discutida pelos membros da OMC pode permitir que produtores em mais países comecem a fabricar doses dos imunizantes.
Países ricos que patrocinaram pesquisas de desenvolvimento de vacinas temem que, se aprovada pela OMC, a quebra de patente possa gerar prejuízos às novas e custosas pesquisas.
Por outro lado, Okonjo-Iweala disse que as restrições à exportação relacionadas à pandemia têm caído nos últimos meses.
Ela apelou aos países para que retirem ou reduzam as restrições remanescentes, ou definam prazos para sua eliminação, a fim de ajudar a minimizar os problemas na cadeia de suprimentos de vacina. (Agência Brasil)