ONU lança série futurista para apoiar ensino sobre o clima
Organização das Nações Unidas oferece material educativo sobre o clima nos formatos de série e game para aopiar ensino de ciências ambientais
24/01/2022O ano é 2084. O lugar, um devastado planeta Terra, onde a expectativa de vida humana foi reduzida a 30 anos. O cenário distópico da série ‘Reset Earth’ (Reiniciar a Terra), poderia estar no catálogo de qualquer uma das plataformas de streaming. Mas trata-se de parte do novo kit da Organização das Nações Unidas (ONU) para apoiar a professores no ensino das ciências ambientais.
As produçõesdo kit, ainda não legendadas, foram apresentadas pela Secretaria de Ozônio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para representantes de professores e alunos dos países ligados à ONU. A série é protagonizada por três adolescentes, que também são personagens de game homônimo, com a mesma função didática do seriado.
Os jovens Knox, Terran e Sagan têm a missão de descobrir como reverter a doença planetária causada por humanos “muito antes deles nascerem”. Material impresso e gráfico em PDF, da versão em quadrinhos, também será distribuído para os alunos com menor ou nenhum acesso à internet, afirma a agência.
Os livros de exercício, por enquanto, atendem à grade programática de crianças com idades entre 8 e 12 anos.
Na primeira fase, o material faz uma introdução à ciência ambiental. O objetivo dessa etapa, segundo seus autores, é “ajudar a educar, aumentar a consciência e inspirar ações entre jovens sobre a importância da camada de ozônio e a necessidade contínua de protegê-la”. A próxima será direcionada especialmente para adolescentes e está em desenvolvimento para lançamento, ainda sem data prevista.
Segundo a chefe da Secretaria de Ozônio, Meg Seki, uma das funções primordiais do material é mostrar a importância e a efetividade da luta pela preservação do envólucro gasoso essencial para o equilíbrio ambiental do planeta.
Para ela, as narrativas sobre a camada de ozônio, que incluem explicações sobre Protocolo de Montreal (leia abaixo), oferecem “esperança para a geração mais jovem num momento de crise climática aguda”.
Uma das ideias na concepção do material foi atender à crescente demanda por material didático virtual. Por isso, os kits nasceram no formato digital e foram adaptados para impressão e o encadernamento em quadrinhos posteriormente.
Camada de Ozônio é tema da ONU há cerca de 40 anos
O material faz parte das campanhas que vêm sendo lançadas, há cerca de 40 anos, desde o primeiro alerta sobre o desgaste do escudo invisível a 15 a 35 quilômetros acima da superfície da Terra. A camada do gás presente na estratosfera protege os humanos, os animais, as plantas e os ecossistemas da radiação ultravioleta.
O buraco de ozônio cresceu com as emissões de substâncias presentes em produtos como latas de aerossol, geladeiras, condicionadores de ar, espumas isolantes, extintores de incêndio, solventes e muitos outros produtos.
Depois do alerta de cientistas, líderes mundiais e políticos se mobilizaram com ações contra os CFCs e outras substâncias que destroem a camada de ozônio em âmbito global. Como parte dessas medidas foi adotado o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, em 1987.
O tratado endossado por pelo menos 197 nações e a União Europeia é considerado bem-sucedido na área ambiental, segundo a ONU.
O programa da Onu para o ambiente ressalta que a eliminação gradual das substâncias que destroem a camada de ozônio também contribuiu significativamente para conter as mudanças climáticas, pela grande potência da poluição causada pelos gases de efeito estufa.
A agência reconhece, no entanto, que para restaurar a proteção danificada e devolvê-la aos níveis anteriores a 1980 serão necessárias décadas de vigilância constante por parte da comunidade do Protocolo de Montreal e das gerações futuras.