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Open Banking avança e amplia concorrência no setor bancário

Open Banking tem 50 milhões de consentimentos de correntistas para troca de informações entre instituições financeiras, o que favorece a concorrência e beneficia os correntistas

Isaac Sidney, Presidente da Febraban, durante painel na J. Safra Brazil Conference | Foto: Divulgação

Especialistas debatem o futuro do setor bancário na J. Safra Brazil Conference, no Gran Hyatt São Paulo | Foto: Divulgação

O Open Banking e a segurança do sistema financeiro brasileiro foram dois dos principais temas abordados no painel “O futuro do sistema bancário”, na  J. Safra Brazil Conference, evento anual mais importante do Banco Safra.. Participaram Isaac Sidney, Presidente da Febraban, Milton Maluhy, CEO do Itaú Unibanco e Mário Leão, CEO do Santander. A mediação foi de José Olympio Pereira, Presidente do Banco J. Safra.

A iniciativa, chamada na fase atual de Open Finance, foi adotada pelo Banco Central do Brasil e permite a troca de dados financeiros entre as instituições participantes, com autorização dos correntistas. Para o cliente, a proposta pretende incentivar a inovação, promover eficiência e transparência e uma oferta de produtos e serviços financeiros melhores e sob medida, ampliando a concorrência.

Atualmente, há 50 milhões de consentimentos no Open Banking, segundo dados da Febraban. O presidente da entidade falou sobre o empenho do setor na implementação do sistema, para simplificar o acesso a produtos e serviços, e ressaltou que a segurança é a principal preocupação. “A segurança é o pilar. Os bancos não vão negociar a segurança deste ecossistema”.

Diferente do Pix, sucesso do Open Banking precisa de tempo

“O Pix é um sucesso porque todos abraçaram e ele soluciona uma dor do cliente. O Open Finance é um projeto em construção, em várias fases”, pontua Maluhy. Leão complementa: “A velocidade e ritmo das aplicações são a nossa discussão com o regulador, para melhor entendimento do cliente”.

A questão de responsabilização pela segurança também foi abordada. Os esforços do setor devem ser em encontrar respostas sobre responsabilidades também com o Open Finance, assim como ocorre com o Pix.

“É importante acompanhar a velocidade das inovações sem abrir mão do que os bancos fazem de melhor: proteção e integração dos dados”, aponta Sidney. Maluhy endossou a fala: “o ambiente seguro sempre foi uma marca forte do sistema financeiro brasileiro e queremos mantê-la”, concluiu Maluhy.

Esforços em segurança também contra a lavagem de dinheiro

A preocupação com o crime organizado, que utiliza contas de “laranjas” para ingressar no mercado financeiro e lavar dinheiro, na visão dos painelistas, exige esforços multisetoriais, envolvendo empresas públicas, privadas, reguladores e o Governo.

O papel das instituições financeiras, para Maluhy, está em dificultar as barreiras de entrada no sistema, cumprindo as regras rígidas já existentes. “Há onboardings (processo de abertura de conta) muito fáceis, totalmente digitais. O princípio de conheça seu cliente (conhecido pela sigla KYC) é importante não só para bancos, mas também para players do setor de crédito”.

Um dado apresentado mostra que os bancos digitais contam com aproximadamente um quarto das contas abertas no Brasil, mas representam dois terços das fraudes registradas.

A Febraban declarou que está sempre em busca de mecanismos para prevenir ataques. Os associados da entidade investem anualmente cerca de R$ 5 bilhões em segurança da informação. A entidade firmou parcerias com bancos e outras organizações, como a Polícia Federal e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para aumentar a segurança do sistema.

“No final das contas, somos uma grande rede sistêmica. Os bancos não querem e não podem aceitar recursos de origem espúria”, afirma o Presidente da Febraban.

Sobre a J. Safra Brazil Conference 2024

A terceira edição do megaevento do Banco J. Safra acontece nos dias 24 e 25 de setembro, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo (SP). Serão mais de 2.500 participantes.

Em debate nos 26 painéis, que tem 60 participantes, a avaliação macroeconômica e de cenários e oportunidades para investimentos. Entre os confirmados, estão nomes como Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo; Bill Dudley, ex-presidente do Federal Reserve (FED) de Nova York; e Mali Chivakul, economista de Mercados Emergentes do J. Safra Sarasin. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conduzirá o painel de encerramento do evento. Alguns destes painéis serão moderados por executivos do Banco Safra, como José Olympio, presidente do Banco J. Safra, e Joaquim Levy, Diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercado do Banco Safra.

O evento conta com a presença da liderança do mercado financeiro brasileiro, com a presença de investidores institucionais, empresários, empreendedores, autoridades monetárias e clientes do Banco Safra. Já estão agendadas mais de 1.000 reuniões entre investidores e cerca de 130 executivos das principais empresas brasileiras listadas em Bolsa.

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