Operadoras de saúde elevam lucros com mais eficiência e menos sinistros
Rede D’Or e a Odontoprev apresentarão os melhores lucros no quarto trimestre de 2024, enquanto Qualicorp, Viveo e Mater Dei devem ser os retardatários, segundo o Banco Safra
24/02/2025
Para os planos de saúde, aumentos de preços de dois dígitos e controles de custos mais rigorosos devem continuar impulsionando as melhorias na sinistralidade | Foto: Getty Images
O primeiro trimestre de 2025 deve ser novamente melhor para os operadores de saúde do que para os prestadores de serviços, pois, além da sazonalidade típica, as melhorias na sinistralidade continuam a beneficiar os lucros. Além da melhoria da sinistralidade e da eficiência operacional, os investidores estarão atentos às tendências de provisões e alavancagem, segundo os especialistas do Banco Safra.
Por outro lado, o aumento das provisões devido a reivindicações judiciais é um tópico chave a ser monitorado e certamente atrairá a atenção dos investidores.
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Para hospitais, os dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP) sobre mais de 120 hospitais privados confirmam uma taxa de ocupação ligeiramente maior a/a (+1,2 ponto porcentual na comparação anual).
Para os planos de saúde, aumentos de preços de dois dígitos e controles de custos mais rigorosos devem continuar impulsionando as melhorias na sinistralidade.
No entanto, os dados da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) mostram uma desaceleração nas adições líquidas da indústria (+221 mil no quarto trimestre de 2024 vs. +369 mil no trimestre anterior).
Além disso, o Banco Safra acredita que monitorar as tendências de alavancagem é de extrema importância no atual ambiente macroeconômico.
Prévia dos resultados das operadoras de saúde
Segundo o Safra, a Rede D’Or e a Odontoprev apresentarão os melhores lucros no quarto trimestre de 2024, enquanto Qualicorp, Viveo e Mater Dei devem ser os retardatários no setor de saúde.
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SULA ainda é o destaque, mas os hospitais também devem ter um bom desempenho. Para a Sulamérica, a adesão deve retomar o crescimento, com adições líquidas de +16 mil membros e um aumento médio de 10% no ticket no segmento de saúde, levando a uma receita sólida de R$7,776 bilhões (+11,8% a/a). A sinistralidade deve atingir 81%, com uma melhoria de +470 p.b. a/a (também +110 p.b. melhor sequencialmente).
Na divisão de Hospitais, o Safra espera que a conta diária média aumente 7% a/a, com taxas de ocupação estáveis a/a em 76,5% (-215 p.b. t/t devido à sazonalidade), levando a um crescimento de +2,2% a/a nos dias de internação. Além disso, o EBITDA ajustado deve chegar a R$1,621 bilhão (+13% a/a), com uma expansão da margem EBITDA de 90 p.b. a/a, principalmente devido à normalização dos custos de materiais e medicamentos.
Finalmente, em uma base consolidada, o Safra espera que a receita cresça 9% a/a, enquanto o EBITDA ajustado deve chegar a R$2,081 bilhões (+39% a/a), levando a um lucro líquido de R$1,040 bilhão (+40% a/a).
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Outro trimestre de fortes adições líquidas e ainda baixa taxa de sinistralidade odontológica. o Safra espera que a Odontoprev apresente um sólido crescimento da receita, impulsionado pelo aumento de 2,0% a/a no ticket médio e pelas 179 mil adições líquidas no trimestre. A taxa de sinistralidade ajustada (ajustada pela reversão de provisões no segmento individual) deve chegar a 35,8% (-455 p.b. a/a e -186 p.b. t/t).
O Safra também espera que as despesas de SG&A da empresa representem 31% das receitas líquidas (+100 p.b. a/a). Como resultado, o EBITDA ajustado e o lucro líquido ajustado devem atingir R$157 milhões (+12% a/a) e R$121 milhões (+30% a/a), respectivamente.
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Outra rodada de melhorias na sinistralidade. O Safra espera que a Hapvida apresente números positivos no trimestre, com melhorias na sinistralidade compensando parcialmente as pressões de curto prazo (ou seja, maiores provisões). Assim, a sinistralidade em caixa deve melhorar para 68,0% (-129 p.b. a/a e -237 p.b. t/t), impulsionada por aumentos de preços e maior verticalização.
Enquanto isso, o Safra prevê receitas líquidas de R$7,424 bilhões, principalmente impulsionadas por aumentos de preços de um dígito alto, apesar de um aumento suave na adesão (+4 mil adições líquidas t/t). O Safra vê o EBITDA ajustado em R$971 milhões (+4,0% a/a), com margem atingindo 13,1% (-33 p.b. a/a), apesar das maiores provisões, que devem atingir 24,3% e 4% das receitas líquidas, respectivamente. O lucro líquido (conforme a definição da empresa) deve atingir R$537 milhões, crescendo 63% a/a.
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Crescimento acelerado da receita com pequena expansão da margem. O Safra antecipa um trimestre com aceleração no crescimento da receita (c.+7% vs. 5% no 3T24), principalmente devido ao desempenho decente da marca premium e A+, bem como mais dias úteis em comparação com o 4T23.
A expansão da margem EBITDA ajustada deve desacelerar neste trimestre, refletindo maiores glosas e alguma pressão na unidade B2B devido ao término do contrato com o Hospital Sírio Libanês. Essas tendências devem levar a um lucro de R$87 milhões e uma geração de fluxo de caixa livre decente (c. R$275 milhões ou 4,3% de yield de fluxo de caixa).

