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Redação

Ambiente internacional demanda cautela

Seguimos promovendo uma redução nos riscos estruturais dos portfólios, basicamente através da movimentação de ativos locais, ainda que na margem

Investimentos

O incômodo com a inflação persiste, mas há ciência de que todos os esforços necessários estão sendo feitos para a contenção dos preços | Foto: Getty Images

O mês de maio foi marcado por fortes oscilações nos mercados e permanência do processo inflacionário Quando o mês de abril se encerrou, as perspectivas para maio não eram as melhores. Os rendimentos do mês anterior tinham sido particularmente ruins, representando a pior correção desde o trágico primeiro semestre de 2020.

Certamente, esse cenário decorreu da acomodação das expectativas diante dos efeitos da guerra na Ucrânia, que foram sentidos nos preços das commodities; das reações aos longos lockdowns na China, e, claro, da absorção da ideia de que o Fed seria implacável na luta pela contenção da inflação.

Toda essa cautela veio expressa no tom da nossa última carta mensal, quando deixamos claro que todo o processo de investimento nos próximos meses seria guiado por investimentos cuidadosos e que mais uma vez se reforçariam as necessidades de manter-se as perspectivas de longo prazo no acompanhamento dos desempenhos.

O mês de maio retratou um pouco desse vai-e-vem, com movimentos acentuados de alta e de queda nos ativos. Para se ter uma noção das variações observadas ao longo dos dias, vimos o dólar oscilar entre a mínima de R$ 4,72 e a máxima de R$ 5,14, para encerrar o mês com queda de 3,87%, cotado em torno de R$ 4,75. A magnitude dos movimentos do mês foi sentida na Bolsa brasileira, onde o Ibovespa oscilou entre 103 e 111 mil pontos, até fechar com alta de 3,22%.

O incômodo com a inflação persiste, mas, ao mesmo tempo, há ciência de que todos os esforços necessários estão sendo feitos para a contenção dos preços. Certamente, os investidores, tal como os consumidores, sentem os efeitos perversos do processo inflacionário sobre os investimentos, porém sabe-se que todos estão atentos.

E foi sobre esse ambiente mais cauteloso que seguimos promovendo uma redução nos riscos estruturais dos portfólios, basicamente através da movimentação de ativos locais, ainda que na margem. Diminuir ligeiramente os percentuais de multimercados e renda variável local tem muito mais função de adequação dos riscos totais das carteiras nesse ambiente do que propriamente alterar substancialmente as expectativas de rendimentos.

Os portfólios desempenharam positivamente em praticamente todas as rubricas. IRF-M e IMA-B ficaram no terreno positivo, mas não o suficiente para bater o CDI, que fechou o mês acima de 1%, como há tempos não víamos. Mas vale lembrar que estamos falando de taxa nominal e que com a inflação para cima, as rentabilidades continuam a ser corroídas.

Para este mês de junho, teremos as reuniões do Banco Central Brasileiro e do Fed, nos mesmos dias: 14 e 15 de junho. E na semana seguinte será a vez da reunião do Banco Central Europeu. O mês será bastante movimentado.

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