Drones, geolocalizadores, sensores. Investir na digitalização da agricultura é essencial para alavancar o negócio, entregar valor ao produto e, claro, não comprometer o futuro do planeta.
Nossos produtores não estão perdendo tempo. De acordo com o Ministério da Agricultura (Mapa), nos últimos 40 anos, enquanto a área ocupada pela agricultura aumentou 33%, a produção cresceu em torno de 386%. Para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o país só chegou a essa situação porque investiu de forma consistente e contínua em ciência, tecnologia e inovação agropecuária nas últimas décadas.
Recursos da Agricultura de Precisão e da Agricultura Digital, como drones, sensores, softwares de gestão e telemetria, facilitam o monitoramento de todas as ações realizadas na fazenda. Aliás, o crescimento da compra de drones nos últimos anos para fins agrícolas nos mostra que as novas gerações já confiam na tecnologia para um posicionamento mais seguro quanto ao clima, controle de pragas e melhores datas de plantio.
Com informações fundamentais em mãos, o produtor tem a oportunidade de otimizar o uso de recursos ambientais, diminuir a aplicação de defensivos e aumentar a produção, isto é, manter-se alinhado com protocolos nacionais e internacionais de práticas sustentáveis.
Nunca é demais lembrá-los de que as empresas que adotarem estratégias e modelos de negócios alinhados às melhores práticas ESG vão se diferenciar no mercado e criar bases para o seu crescimento e perpetuidade.
Hoje em dia, uma gestão socioambiental responsável e transparente não é apenas uma questão de compromisso com os pilares ambiental, social e de governança – sem falar da Agenda 2030 da ONU –, mas também uma demanda de mercado. Tanto é que quando uma empresa se guia por essa agenda de sustentabilidade e responsabilidade social e administrativa, as vantagens práticas para o negócio aparecem, como: acesso a taxas de juros menores, entrada em novos mercados, safras mais lucrativas, além da possibilidade de atrair investimentos internacionais.
Aqui no Brasil, apesar de tantos avanços, existe um fator complicador, que é a ausência de infraestrutura de conectividade nas áreas rurais. Segundo um estudo da Embrapa, do Sebrae e do INPE, cerca de 70% das propriedades rurais brasileiras não possuem internet.
As transformações digitais, principalmente com a chegada do 5G, precisam ser incentivadas para aumentar a produtividade e abrir espaço para a inovação e o empreendedorismo, sem falar de um ganho de qualidade de vida para os próprios agricultores e funcionários. A pandemia, inclusive, funcionou como um acelerador para as novas tecnologias, iniciando uma inclusão digital básica entre pequenos e médios produtores.
Felizmente, existem inúmeras oportunidades nesse admirável mundo na tecnologia agro nacional: Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Big Data, drones e sensores, softwares, sistemas que melhoram a captação e uso da água, sistemas de reciclagem, uso de fontes limpas e renováveis de energia. Há espaço para o Brasil ampliar a produção e a conservação/preservação ambiental e potencial para o país ser um grande produtor mundial de alimentos em bases sustentáveis.