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Nelson Rosamilha

Business Agility: fatores críticos de sucesso

Tornar-se flexível e ágil para atender as demandas de produtos e serviços em um ambiente globalizado e altamente competitivo é um desafio constante para as organizações

Business Agility

Para lidar com desafios cotidianos, tecnologias disruptivas e inovação, a agilidade das empresas precisa estar ancorada em competências e eficiência nos negócios | Foto: Getty Images

Em um ambiente de negócios volátil e incerto, em que as demandas dos clientes são dinâmicas, a competitividade, a concorrência e as inovações tecnológicas acabaram criando um cenário que obriga as empresas a considerar sua capacidade de responder com agilidade. E isso pode ser possível com algumas medidas, como: digitalização dos processos de negócio, que proporcionam a criação de novos canais de acesso para os clientes; integração com parceiros; ganhos de eficiência interna e criação de novos produtos ou serviços; ou pela habilidade de automatizar de forma integrada, sincronizada e contínua os processos de negócio, dando suporte à agilidade dentro da organização.

Diante do contexto acima, Business Agility torna-se um ator fundamental no sucesso dos negócios. Esta capacidade de se relacionar com clientes, instrumentalizar a operação e utilizar o ecossistema de parceiros para prosperar continuamente em um ambiente de negócios dinâmico e imprevisível ocorre por meio deste conceito que é bastante discutido no mercado: Business Agility (BA).
Podemos definir Business Agility como a habilidade de uma organização em perceber as mudanças do ambiente e responder a tais mudanças de forma efetiva e eficiente. A implementação organizacional de BA deve ser feita levando em consideração três dimensões críticas de sucesso, são elas: estratégia, implementação e desempenho.

Neste artigo descrevo estes fatores críticos de sucesso, para nos próximos trazer de forma detalhada cada uma destas dimensões, seus principais elementos e a composição de cada um destes elementos, exemplificados na Figura 1.

A formulação da Estratégia de BA é a primeira dimensão crucial da construção de agilidade. A definição de estratégia permite que a organização realize um curso de ação baseado em “o que” fazer e “porquê” fazer (lógica).

Na formulação da estratégia é importante considerar os direcionadores ágeis da organização, como mercado, cadeia de valor, tendências regulatórias e aspectos organizacionais internos, entre outros. Ainda sobre estratégia, na definição dos objetivos, deve-se levar em consideração os objetivos de negócio, as prioridades da empresa, os cenários a perseguir e os fatores críticos de sucesso para estes cenários.

Porém, a organização também precisa planejar suas capacidades e lacunas de recursos organizacionais, e assim traçar um plano para preencher estas lacunas. Em resumo, a estratégia para ter sucesso deve ser composta por direcionadores, objetivos e capacidades.

Com a estratégia desenhada, o próximo passo é sua implementação. A implementação do BA está relacionada à execução prática da estratégia. Nesta etapa, os objetivos estratégicos tornam-se práticas de implementação, isto é, determinar as práticas ou iniciativas necessárias para alcançar capacidades, medir e avaliar o desempenho da agilidade e fazer correções com base nos resultados. Neste momento, também precisam ser revistos os processos, as competências das pessoas, os recursos humanos, além da tecnologia e da infraestrutura da empresa.

A última dimensão é a verificação do desempenho de agilidade. É preciso identificar os indicadores adequados para avaliar a eficiência e a efetividade das iniciativas para o atingimento da estratégia. Uma vez que o BA foi definido e colocado em ação, é hora de medir os resultados através de um painel de métricas relevantes de sucesso, como KPI, Scorecard Ágil, Maturidade Ágil, OKR, etc. Isso permite verificar se o desempenho resultante é satisfatório ou não e empreender de acordo com as decisões e ações adequadas.

Tornar-se flexível e ágil para atender as demandas de produtos e serviços em um ambiente globalizado e altamente competitivo é um desafio constante para as organizações. Tecnologia, gerência de produtos e de projetos são alguns dos elementos dentro deste cenário, mas estes três fatores isolados não garantem a efetividade do Business Agility. Para lidar com desafios cotidianos, tecnologias disruptivas e inovação, a agilidade das empresas precisa estar ancorada em competências e eficiência nos negócios. O conceito de Business Agility cobre importantes aspectos de eficiência em negócios e fornece um entendimento dos processos em que a tecnologia de informação tem papel de acelerador.

Nos próximos três artigos descrevo a implementação de Business Agility, para detalhar cada um dos temas centrais: estratégia ágil, implementação e desempenho.

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Nelson Rosamilha é coordenador dos MBAs em Gerenciamento de Projetos e Metodologias Ágeis e Logística e Supply Chain da Trevisan Escola de Negócios. É formado em processamento de dados pelo Mackenzie com MBAs na Califórnia, Pensilvânia e Tel-Aviv com ênfase em Administração, Telecomunicações e Gerenciamento de Projetos, mestre em Administração de Empresas pela PUC-SP.

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