Cada vez mais, a medicina caminha para o atendimento integrado nas mais diversas fases do cuidado – de prevenção e diagnóstico ao tratamento e reabilitação. Na alta complexidade, a Oncologia é representativa disso. Com o aumento do conhecimento sobre a doença, temos a necessidade de reunir médicos de diferentes especialidades e profissionais das mais diversas áreas da saúde para tratar o paciente. E a tendência é fazer isso de maneira cada vez mais personalizada.
O tratamento tipo “one size fits all” – aquele que se aplica para todos os portadores de uma mesma condição clínica – deixará de existir nas doenças oncológicas e hematológicas. Graças aos avanços da genética, a medicina passa a entender, por exemplo, porque um indivíduo responde bem a determinado tratamento e outro, com o mesmo tipo e estágio de tumor, não responde a esse cuidado, mas se beneficia de outro. Também são esses mesmos avanços que, por meio do mapeamento genético, permitem identificar riscos para o desenvolvimento de enfermidades e estabelecer programas de prevenção.
Para além de tratar doenças, abordagem integrada tem de contemplar inúmeros outros aspectos, como o paciente sem perspectivas de cura de uma doença que, com os cuidados adequados, poderá usar o tempo que lhe resta para uma vida com mais dignidade e mais próximo da família. Ou como o recém-operado e curado que pode precisar de um programa de survivorship que lhe proporcione apoio multiprofissional para reintroduzi-lo na vida normal.
Essas e outras frentes, incluindo ensino e pesquisa, já fazem parte das atividades do Einstein em Oncologia e Hematologia. Por ano, são mais de 25 mil atendimentos no Centro de Oncologia e Hematologia Einstein Família Dayan-Daycoval, no Morumbi, na Unidade Avançada Perdizes (São Paulo), no Einstein Goiânia e no Hospital Municipal Vila Santa Catarina – Dr. Moysés Deutsch, gerenciado pelo Einstein.
São mais de 650 profissionais atuando no cuidado dessas doenças, além de parcerias internacionais com organizações como o Hospital City of Hope. Os diferenciais do Einstein são amplamente reconhecidos, como figurar no ranking da revista Newsweek World’s Best Especialized Hospitals em 16º lugar na classificação global e em 1º na América Latina na especialidade oncológica.
Mas a Instituição entende que é importante dar um passo além: juntar tudo isso em um único lugar, com equipes multidisciplinares e multiprofissionais trabalhando sob as mesmas diretrizes e tendo como norte a medicina personalizada. Trata-se de reunir sob o mesmo teto quem faz o diagnóstico, quem faz a identificação do tumor e o sequenciamento genético do paciente, os melhores especialistas e tecnologias que permitem tratamentos de vanguarda como as terapias celulares, a reabilitação, o survivorship etc., tudo permeado pelo humanismo que caracteriza o atendimento Einstein.
Esse conjunto de recursos estará reunido no Centro de Cuidados e Terapias Avançadas em Oncologia e Hematologia que o Einstein instalará no Parque Global, bairro planejado que está sendo construído na Marginal Pinheiros, na Zona Sul da capital paulista. Além do complexo assistencial, o novo espaço do Einstein, que deverá estar concluído em 2025, contará também com um centro de pesquisa, com foco principalmente em pesquisa translacional, aquela que identifica a pergunta que se origina no leito assistencial, leva para a bancada e desenvolve a resposta.
O projeto é ambicioso. Mas o Brasil precisa de projetos ambiciosos nessa área. Nosso país vive uma importante mudança epidemiológica, uma vez que a carga de doenças não transmissíveis, como o câncer, está superando de maneira acelerada as infecciosas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil registrou 590 mil novos casos em 2020, e a expectativa é que esse volume dobre em 2025. Importante destacar que tem crescido também o número de pessoas no país vivendo com câncer e/ou reabilitadas da doença, exigindo mais foco na gestão de suas necessidades de saúde e qualidade de vida.
Esse cenário coloca a enfermidade entre as principais causas de morte da população nos próximos anos, ao lado de doenças cardiovasculares. No entanto, a evolução tecnológica e do conhecimento tornou curável grande parte dos cânceres e doenças hematológicas quando detectados precocemente e tratados adequadamente. Os enormes avanços do conhecimento da biologia humana, nos níveis molecular e genético, abriram as portas para uma nova era no tratamento do câncer. Cada tumor tem uma assinatura única, e terapias personalizadas podem ser criadas de forma individualizada, com o uso de marcadores específicos nas células cancerígenas ou que reeducam o sistema imunológico.
O novo Centro do Einstein mudará drasticamente o paradigma do tratamento do câncer. Com equipes multidisciplinares e multiprofissionais para uma abordagem integrada, cuidados individualizados, medicina personalizada, tecnologias avançadas, pesquisa, inovação e uma cultura de aprendizado contínuo, é um portal que nascerá em 2025, abrindo-se para um novo e promissor futuro da Oncologia e Hematologia em nosso país.