Incorporar os cuidados de saúde e bem-estar como um pilar estratégico é um poderoso antídoto para lidar com desafios como o absenteísmo e o presenteísmo e seus reflexos na produtividade e no clima organizacional
No mundo corporativo, problemas de saúde não afetam apenas o colaborador como indivíduo. Impactam também as operações das empresas e o ambiente de trabalho. E é para enfrentar esses desafios, com benefícios para todos, que um número cada vez maior de companhias vem investindo na promoção de uma cultura de saúde, o que significa inserir o tema como um pilar estratégico.
A cultura de bem-estar é um bom caminho para lidar com dois fantasmas que assombram o as organizações: o absenteísmo, que é a ausência do colaborador, seja uma falta pontual ou um afastamento por licença médica; e o presenteísmo, no qual há presença física do colaborador, porém, associada à perda parcial ou total da sua capacidade funcional.
São duas questões diferentes, mas muitas vezes associadas às mesmas causas: doenças relacionadas à saúde mental, que por vezes demoram a ser percebidas, como estresse, ansiedade e depressão; ou à saúde física, como as osteomusculares e condições crônicas não adequadamente tratadas e controladas, entre elas obesidade, diabetes e hipertensão.
Como observa Cláudia Mazini, superintendente de Relacionamento com Cliente Corporativo do Einstein, nas empresas, isso gera impactos como menor produtividade, risco de acidentes, redução da qualidade dos produtos ou serviços prestados, com consequente insatisfação dos clientes, e aumento dos custos (seja com a saúde dos colaboradores ou os associados com retrabalho etc.). Também pode dificultar a atuação em equipe, o atingimento de metas e contribuir para a deterioração do clima organizacional.
O fato é que cuidar da saúde e do bem-estar dos colaboradores não tem a ver apenas com gestão de pessoas. Tem a ver com a operação como um todo e isso exige ir além da abordagem e dos benefícios convencionais. Requer uma cultura de saúde, que tem de ser elaborada estrategicamente, considerando a realidade de cada empresa, as políticas, os programas e a construção de práticas bem-estruturadas. É uma jornada que começa com a alta liderança e vai permeando a hierarquia, cabendo, inclusive, iniciativas de capacitação de líderes para que possam identificar sinais de problemas emocionais ou doenças físicas entre profissionais de suas equipes e dar o encaminhamento adequado. Outro fator importante é a comunicação e a integração entre áreas, visando manter canais para diálogo e discussão sobre questões de saúde e sua relação com produtividade e outros aspectos do mundo do trabalho.
Soluções desenvolvidas por organizações de saúde de referência com foco no mercado corporativo ajudam as empresas nesse processo. O Einstein, por exemplo, tem um leque diversificado de serviços nessa área, como o Programa de Saúde Mental nas organizações, que abrange desde a capacitação da alta liderança até medidas de prevenção, identificação e atendimento aos colaboradores com transtornos mentais. Outro destaque é a Atenção
Primária à Saúde, que desempenha um papel essencial na coordenação do cuidado, promovendo o bem-estar integral, prevenindo, diagnosticando e tratando doenças, além de monitorar e controlar condições crônicas, sempre com foco no cuidado centrado no indivíduo. Com o suporte de médico e enfermeiro de família e equipe multidisciplinar, o serviço pode ser oferecido nas dependências da empresa (on-site clinic), nas Clínicas Einstein ou via atendimento digital.
O Pronto Atendimento Virtual (Telemedicina) é outro serviço que beneficia tanto as pessoas quanto as empresas, com atendimento médico de alta qualidade e alta resolutividade para quadros de baixa complexidade. Esses serviços de telemedicina ampliam o acesso ao atendimento médico e são particulamente importantes no cuidado de colaboradores que atuam em localidades remotas ou com deslocamento dificultado aos centros médicos.
Um dos impactos da adoção de uma cultura de bem-estar pôde ser medido em um grande laboratório farmacêutico. Antes da implantação do projeto de Atenção Primária à Saúde do Einstein, apenas 10% dos empregados com diabetes tinham a doença controlada, percentual que subiu para 52% após a implantação. No caso da hipertensão, o índice passou de 50% para 90%, o que significa menor risco de complicações associadas a essas condições crônicas quando não controladas, menor necessidade de tratamentos complexos e afastamentos.
Do ponto de vista econômico, o investimento em um Programa de Atenção Primária também se mostra relevante. Em uma importante organização do setor de telecom, o custo evitado (valor que a empresa teria gasto com saúde caso o programa do Einstein não tivesse sido adotado) foi de R$ 16 milhões nos últimos três anos. Por meio de nossas frentes de atuação – assistência pública e privada, ensino e educação, pesquisa, inovação e responsabilidade social – temos liderado transformações que ajudam a aumentar a inclusão, equidade, valor, qualidade, segurança e reduzir desperdícios.
Adotar uma cultura de saúde e fazer com que ela floresça na rotina das organizações é uma feliz equação em que ganham os colaboradores, com bem-estar físico e mental; ganha a empresa, com equipes mais produtivas e engajadas; ganha o clima organizacional, com profissionais mais satisfeitos por se sentirem valorizados e cuidados de maneira equânime.