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Sidney Klajner

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Cultura organizacional: um olhar sob a perspectiva da saúde

Uma cultura organizacional forte e positiva é aliada poderosa para impulsionar as necessárias transformações no universo da saúde

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Na área da saúde, a cultura da orzanização pode ser a força motriz para nortear e sustentar características inerentes ao setor, como a busca pela melhoria contínua, qualidade, inovação, ciência e novos conhecimentos | Foto: Getty Images

Importante para organizações de todas as áreas de atividade, em uma instituição de saúde a cultura organizacional desempenha papel fundamental como dinamizadora da excelência e de transformações no setor.

Valores, crenças, normas, símbolos, rituais, práticas compartilhadas pelas pessoas de uma organização… esses são alguns elementos apontados pelos especialistas como componentes da cultura organizacional, aspectos que, em seu conjunto, definem a identidade e o jeito de ser e de fazer. Assim, uma cultura forte e positiva é determinante para aquelas instituições que almejam ser bem-sucedidas e duradouras, pois impacta o clima organizacional, a motivação e o engajamento dos profissionais, com reflexos diretos na satisfação dos clientes (pacientes, no caso da saúde) e no atingimento dos objetivos estratégicos, além de influenciar na reputação, valores e princípios.

Em síntese, o papel da cultura é garantir o alinhamento e a preservação de mensagens centrais das organizações, bem como direcionar ações e iniciativas que impulsionem a estratégia. Na área da saúde, ela pode ser a força motriz para nortear e sustentar características inerentes ao setor, como a busca pela melhoria contínua, qualidade, inovação, ciência e novos conhecimentos, sustentados pelo principal ativo: as pessoas.

Em consonância com a evolução daquilo que o trabalho significa e significará, a cultura funciona como elo dos colaboradores com o propósito, os valores, o senso de pertencimento e ambiente saudável, respondendo aos aspectos que importam na sua jornada profissional e pessoal.

Olhando para as lideranças, elas desempenham um papel vital na transmissão e manutenção da cultura organizacional, pois devem vivenciar os valores em suas próprias ações, comportamentos e decisões diárias, levando-os às suas equipes. Também precisam acionar mecanismos de diagnóstico da cultura para entender como alimentá-la, enfatizando os pontos fortes, atuando naqueles que podem fragilizá-la e assegurando que os elementos culturais sejam como oxigênio que todos respiram.

O Einstein, desde sua fundação, se cerca de sua essência cultural e reconhece a importância de acompanhá-la, com um check up periódico que permite diagnosticar, avaliar e reconhecer os parâmetros adequados e aqueles em que precisamos atuar para a “saúde” da organização. Nesses estudos sobre cultura, fica evidente a conexão com os princípios judaicos Chinuch (Educação), Refuá (Saúde), Mitzvá (Boas Ações) e Tsedaká (Justiça Social), assim como o Tikun (transformar), que aqui exemplificaria de forma ampla o sentido de transformar tudo o que pode ser transformado.

Além disso, nosso propósito de “entregar vidas mais saudáveis, levando uma gota de Einstein para cada ser humano” está presente, e de forma pulsante em nossa cultura, transformando valores em atitudes. É cultura semeada com os valores da excelência que transforma, do cuidado que humaniza, do conhecimento que constrói. É cultura que temos de fazer com que esteja atuante em todos os lugares onde estamos, em todas as nossas atividades (assistência, ensino e educação, pesquisa e inovação, responsabilidade social), nas nossas unidades privadas e públicas.

Uma cultura organizacional forte e positiva é aliada poderosa para impulsionar as necessárias transformações no universo da saúde. Foi por isso que levamos o tema ao 9º Fórum Einstein-IHI (Institute for Healthcare Improvement), realizado no início de julho, com a presença de lideranças e profissionais de saúde do Brasil e do exterior. Mas, para além da saúde, a cultura organizacional é terreno fértil para cultivar os avanços ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla do inglês) e para perseguir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que fazem parte dos compromissos de muitas organizações, inclusive do Einstein.

Várias empresas e instituições olham a cultura organizacional com as lentes focadas em si próprias – seus negócios, serviços, colaboradores e clientes. Creio que podemos avançar, influenciando nossos setores de atividade, promovendo o desenvolvimento sustentável e inclusivo, mudando para melhor o mundo em que vivemos. São ambições maiores, sim. Mas uma cultura organizacional forte e positiva inspira e ajuda a caminhar firme nessa jornada.

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Sidney Klajner é Cirurgião do Aparelho Digestivo e Presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Possui graduação, residência e mestrado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, além de ser fellow of American College of Surgeons. É coordenador da pós-graduação em Coloproctologia e professor do MBA Executivo em Gestão de Saúde no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Einstein.

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