A primeira foto mostra refugiados no Sudão. Existem milhões de refugiados no país após guerras civis e genocídios terem matado mais de 2 milhões.
A segunda foto é da Somália, onde 750 mil pessoas vivem desalojadas em um país que foi palco de crises e massacres desde sua fundação.
A terceira foto mostra um campo de concentração chinês em Xinjiang, onde 1.5 muçulmanos chineses são obrigados a passar por processos de doutrinação.
Posso continuar a lista. No Brasil, milhares de pessoas pobres perderam suas casas ou foram despejadas de locais que moravam sem ter a posse ou porque não pagavam o aluguel. Em Nova Iorque e Paris, por exemplo, também.
Mas, por algum motivo, nem as notícias com números gritantes que iniciaram essa postagem, nem notícias mais cotidianas, fazem manchetes nas capas dos jornais como Israel, Jerusalém, palestinos e o possível despejo de 6 famílias palestinas por uma briga judicial.
Eu simpatizo com as famílias palestinas, assim como simpatizo com todos nessas fotos. Mas, para ser realista, acho que o mundo tem sérios problemas, em número e em gravidade, que não recebem a devida atenção, enquanto as manchetes dos jornais, as postagens dos artistas e formadores de opinião, os textos de certos ativistas em mídias sociais, mostrando seu altruísmo e solidariedade seletiva, se concentram nos palestinos e no vilão mundial: Israel.
Não acho que essas 6 famílias palestinas deveriam ser despejadas. Mas aonde vocês estavam quando 2 milhões de sudaneses foram assassinados? Onde estavam quando 750 mil somalis foram desalojados e quando milhões de muçulmanos chineses são presos pelo regime? Aonde estão seus posts de protesto, sua indignação?
Vocês querem saber o que é desproporcional? É o fato de Israel, uma democracia liberal, ser colocado em evidência mundial por questões que ocorrem no mundo todo, tristes, porém cotidianas. É o fato de Israel ser julgado no conselho de direitos humanos da ONU justamente por países como Sudão, Somália e China, que por sua vez cometem crimes de proporções estratosféricas contra sua própria população, e tudo isso não gerar nem cócegas nos “protetores dos direitos humanos” pelo mundo.
Isso sim é desproporcional!