Há algum muito tempo, os pacientes esperavam cerca de 45 dias para conseguirem agendar atendimento na Unidade de Check-up do Einstein. Com melhorias de processo, esse tempo foi reduzido para 18 dias. A taxa de ocupação das agendas passou de 84% para 96%, e o índice de pacientes que não compareciam na data agendada sem comunicação prévia caiu de 20% para apenas 5%. Também foi com melhorias de processos que os dois hospitais públicos municipais geridos pelo Einstein em São Paulo (Hospital Municipal M’Boi Mirim – Dr. Moysés Deutsch e Hospital Municipal Vila Santa Catarina – Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho) incrementaram em 8% o giro de leitos, o que significou um ganho de capacidade equivalente a 36 leitos virtuais, ou seja, mais pacientes podem ser atendidos sem qualquer investimento em ampliação de estrutura.
Esses são dois exemplos de ganhos que o Einstein alcançou com o seu Programa de Excelência Operacional. Em qualquer organização, devemos trabalhar para eliminar ineficiências, gargalos e desperdícios, com o objetivo de maximizar a entrega de valor às partes interessadas. Isso não é diferente em instituições de saúde, cujas atividades se caracterizam por uma complexa miríade de processos.
Desde 2008, quando o programa foi criado incorporando a metodologia Lean Six Sigma (combinação das metodologias Lean Manufacturing e Six Sigma), o Einstein contabiliza cerca de 1.500 projetos iniciados (90% dos quais concluídos) nas mais diversas frentes: assistencial, ensino, pesquisa e setores administrativos. Além da saúde suplementar, o programa é levado às unidades do SUS sob sua responsabilidade.
Segundo dados que me foram passados pelo diretor executivo de Excelência em Saúde, Ederson Almeida, mais de 1.000 profissionais do Einstein já foram formados nos diferentes níveis da metodologia Lean Six Sigma (Change, Lean, Greene Black Belts) e mais de 8.000 colaboradores envolvidos no desenvolvimento dos projetos. Além dos ganhos gerados por essas iniciativas de melhoria, há outros pontos a destacar. Um deles é que a formação enriquece o currículo dos Belts e desperta o interesse de outros colegas. Outro é que o envolvimento das lideranças (que indicam o foco dos projetos e atuam como sponsors), o engajamento de profissionais de diferentes áreas e níveis hierárquicos em cada projeto e a forma como o trabalho é conduzido nas várias etapas alimentam a cultura da melhoria contínua na organização.
A maior parte dos projetos (60%) está relacionada à Quíntupla Meta do Institute for Healthcare Improvement (IHI), que o Einstein adota no direcionamento de suas estratégias: experiência do cuidado, menor custo per capita, saúde populacional, cuidado do profissional de saúde e equidade. Os outros 40% referem-se a projetos de redução de custos e aumento de produtividade. A diminução de desperdícios obtida no período soma um montante de aproximadamente R$ 500 milhões.
Em 2015, já com uma sólida bagagem envolvendo mais de 500 projetos iniciados, um novo passo foi dado: a criação da Academia Einstein de Excelência Operacional, com o objetivo de levar o conhecimento acumulado para outras organizações de saúde por meio de programas de desenvolvimento de líderes e projetos de excelência operacional. Desde então, já foram certificados cerca de 5.300 líderes de projetos em outras instituições de saúde do Brasil e realizadas mais de 53.000 horas de suporte técnico especializado no desenvolvimento de projetos. Mais recentemente, a Academia Einstein de Excelência Operacional ultrapassou fronteiras, chegando à Colômbia. A primeira instituição atendida foi a Fundación Cardiovascular de Colombia, localizada em Bucaramanga, com a certificação de 60 profissionais e o desenvolvimento de sete projetos voltados a questões como melhoria do giro de leitos e da sala cirúrgica, otimização de estoques e aumento da produtividade da telemedicina, entre outras. Em outubro deste ano, foi iniciado o processo de certificação de 65 profissionais da Fundación Valle del Lilli, em Cali. Os dois hospitais colombianos estão entre os melhores da América Latina em rankings como os da Newsweek e da AméricaEconomia Intelligence. Além de projetos in company, a tendência é ampliar o contingente de profissionais capacitados no país vizinho, pois o programa do Einstein de Excelência Operacional em Saúde foi homologado como pós-graduação pelo Ministério da Educação da Colômbia. Aqui no Brasil já é oferecido como tal.
Considerando os colaboradores Einstein e de outras organizações de saúde, são mais de 6.000 profissionais certificados, liderando projetos que trazem resultados muito positivos em termos de eficiência e savings para as instituições e de qualidade, segurança e melhoria da experiência para os pacientes. E o aspecto ainda mais positivo é que processos sempre podem ser aprimorados. Portanto, para a excelência operacional, o céu é o limite!