As indústrias culturais e criativas (ICC) geram receitas anuais de US$ 2,250 bilhões e quase 30 milhões de empregos em todo o mundo, empregando mais pessoas com idades entre 15 e 29 anos do que qualquer outro setor, segundo estimativas do relatório Reshaping Policies for Creativity: Addressing Culture as a Global Public Good, da UNESCO.
As agências de comunicação e os profissionais de marketing, participantes dessa indústria, não apenas impulsionam o desenvolvimento econômico, mas também moldam nossa cultura. O que torna essa indústria única é sua essência: a criatividade humana, a inovação e a expressão artística — qualidades que forjam conexões emocionais profundas.
Mas qual é o impacto da inteligência artificial no potencial criativo em construção de marcas e nas suas campanhas de comunicação? A campanha de Natal da Coca-Cola, “Holidays Are Coming”, recriada com IA, e tantas outras criadas neste final de ano com inteligência artificial, mostram-se rápidas de idealizar, desenvolver e executar, o que nos leva a questionar seus usos, impactos, efetividade e resultados.
A IA está redefinindo o ecossistema de mídia, atuando como Assistente Criativo, Consultor de Conhecimento, Companheiro Social e Agente de Tarefas, dentre outros papéis. Como Assistente Criativo, tem sido aplicada para auxiliar na produção de conteúdo digital, desde a manipulação de conteúdo existente até a criação de textos originais e a exploração de novas ideias.
No papel de Consultor de Conhecimento, tem se mostrado capaz de responder perguntas, recuperar informações e gerar imagens fiéis à realidade. Como Companheiro Social, tem oferecido suporte aos profissionais, engajando-os em diálogos descontraídos de ensino e aprendizado ou motivação. Por fim, mas não menos importante, vemos o uso da IA como Agente de Tarefas, que executa tarefas de forma autônoma, principalmente na automação de processos.
É fato que a IA generativa é capaz de mapear as jornadas do usuário com precisão, gerar ideias inovadoras e acelerar o processo de design. Mas pode a IA generativa replicar a compreensão profunda das nuances culturais e emocionais que os profissionais de marketing e as agências humanas oferecem?
A IA enfrenta desvantagens na compreensão do contexto cultural por trás das palavras ou comportamentos, o que pode levar a interpretações equivocadas de emoções ou intenções. Expressões idiomáticas, gírias ou referências culturais podem ser mal interpretadas por algoritmos, resultando em análises imprecisas. Profissionais de marketing trazem a intuição e a compreensão cultural que vão além dos dados, interpretando nuances que a IA pode não captar, como ironia, sarcasmo ou referências culturais complexas. Conexões emocionais são muitas vezes sutis e subjetivas, dificultando a interpretação puramente algorítmica. Além disso, as interações automatizadas podem ser percebidas como frias ou impessoais, o que pode dificultar a construção de relacionamentos autênticos com os consumidores.
A interação entre IA e humanos pode beneficiar estratégias de branding mais eficazes e adaptadas, onde a tecnologia informa e os profissionais de marketing aplicam criatividade e empatia. A verdadeira força do branding reside na combinação dessas duas abordagens, aproveitando o melhor de ambos os mundos.
Enquanto a IA impressiona com sua eficiência, as agências tradicionais se destacam pela autenticidade e expertise em traduzir dados em estratégias de marca impactantes. A questão não é mais “IA ou agências”, mas sim “Como integrar IA e criatividade humana de forma ética e eficaz?”
À medida que avançamos para 2025, a pergunta crucial para os líderes de marketing não é qual escolher, mas como orquestrar uma parceria harmoniosa entre IA generativa e criatividade humana. Como você vê o futuro do branding em sua empresa? Está preparado para esta revolução?